“Vocês podem ter certeza que o projeto ocorrerá se a comunidade assim desejar. A opinião dos indígenas, das comunidades afetadas vai ser fundamental”, disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que adiantou que a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) fará o estudo de viabilidade para calcular qual a melhor forma de financiar a pavimentação dos 90 km na Ilha do Bananal. A aprovação popular foi mostrada na presença de público com mais de 2 mil pessoas presentes na audiência presidida pela Senadora, Kátia Abreu.
Por Redação
O evento foi realizado pelo Senado Federal, atendendo propositura da senadora Kátia Abreu, que presidiu a audiência, e contou com a presença das comunidades indígenas Karajás e Javaés, do ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, do diretor geral do Dnit, General Santos Filho, do presidente do Ibama, Eduardo Bim, governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, senadores, deputados federais e estaduais, líderes indígenas, prefeitos e outras autoridades dos dois estados.
“Esse trecho rodoviário, que corta a Ilha do Bananal, representa a integração e o desenvolvimento sócio econômico da região e dos povos indígenas”, defendeu o governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse.
Para o Governador tocantinense, essa obra, acima de tudo vai proporcionar melhores condições de vida para os povos indígenas. “Estamos felizes em estar nessa missão, que vai promover a integração rodoviária do Tocantins com uma das regiões de maior produção de grãos do Brasil. Também vai proporcionar dignidade aos nossos indígenas, a partir do acesso às cidades, à educação, à saúde. Portanto, o que queremos é viabilizar essa rodovia, respeitando o meio ambiente, para o bem do Tocantins e do Mato Grosso”, explicou.
A senadora Kátia Abreu destacou que a Transbananal já existe sem pavimentação há muitos anos. “O que queremos é asfaltar o que já está aberto, sem necessidade de desmatar área adicional”, explicou.
Ela pediu ao ministro da Infraestrutura considerar no estudo de viabilidade econômica seja levado em conta não só o que é produzido na região hoje, mas também o incremento que ocorrerá a curto e a longo prazo.
“Hoje o Mato Grosso é um gigante na produção, mas precisa escoar a produção até Rondonópolis, por estrada, e de lá até seguir até o Porto de Santos. Com a rodovia, tenho certeza que a área de produção do estado vizinho dobrará. E ainda há a tendência de tanto a produção do Oeste da Bahia e do Sul do Piauí também passem por aqui. Seremos uma região de convergência de produção”, garantiu Kátia Abreu.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, adiantou que a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) fará o estudo de viabilidade para calcular qual a melhor forma de financiar a pavimentação dos 90 km na Ilha do Bananal. Mas, independente do resultado, garantiu: a obra sairá do papel. O ministro adiantou também que a comunidade indígena será ouvida em todo o processo.
“Está muito clara para nós a importância dessa rodovia. Sabemos que a partir da obra muita carga vai aparecer, mais áreas serão plantadas, e essa carga escoará pela continuação da BR-242. O estudo de viabilidade apontará se faremos a obra por meio de Parceria Público Privada (PPP) ou se será obra pública. Va mos colocar o que há de melhor no estudo e depois tirar isso do papel e transformar em realidade”, adiantou.
Produção
Já o governador Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, ressaltou que o seu estado produz 28% da soja do País e que essa região do Araguaia já foi conhecida como o vale dos esquecidos, mas hoje é a região das oportunidades, mas ainda sofre com a logística de transporte para escoar a produção. “Essa rodovia vai resolver essa questão e interligar os dois estados. Juntos podemos ser uma das economias mais prósperas do País. É possível realizar essa obra, porque todos querem, inclusive os índios da Ilha do Bananal, que serão impactados positivamente.”
O prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, destacou o potencial econômico da região, especialmente de Gurupi, que conta com grande produção de grãos, carne e constitui um polo educacional. “Essa rodovia representa um sonho para todos nós, pela importância para os estados do Tocantins, Mato Grosso, Bahia e Rondônia, que serão integrados por meio da Rodovia-242”, ressaltou.
O prefeito de Araguaína também prestigiou o evento. “Esta rodovia está no plano viário do Governo Federal desde o século passado e trará benefícios não só para os Governos dos estados do Tocantins e Mato Grosso, mas para todo Brasil”, Ronaldo Dimas.
O senador Jaime Campos, de Mato Grosso, explicou que só compareceu ao evento pela seriedade e importância da obra, que segundo disse, representa um sonho para a população dos dois estados. “Não costumo participar de audiências públicas, mas fiz questão de participar dessa porque representa a integração de duas grandes regiões produtoras. O Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e essa interligação com a Ferrovia Norte Sul vai facilitar o escoamento da produção”, afirmou.
O cacique Iwraru Karajá disse que é a favor do projeto de implantação do trecho rodoviário, mas é preciso que seja melhor discutido com a sua comunidade. “Queremos que seja realizada uma reunião na Ilha do Bananal para que tudo seja explicado para o nosso povo”. Já o cacique Cleber Karajá destacou os aspectos positivos e negativos, mas entende a importância da obra. “Queremos o melhor para o nosso povo, portanto, estamos juntos”, afirmou.
O deputado estadual Gleydson Nato (PHS), e líder do Governo na Assembleia Legislativa, considerou que: “a construção da rodovia é uma reivindicação antiga dos dois Estados Mato Grosso e Tocantins, e será uma obra importantíssima para a nossa região sul, rodovia estratégica para o escoamento da produção agrícola, que vai impulsionar o desenvolvimento econômico do nosso Estado, vai alavancar o desenvolvimento de toda a região influenciada pela obra, e melhorar a logística ”, ressaltou.
Rodovia Transbananal
A rodovia é considerada estratégica para o escoamento da produção dos dois estados, além da Bahia. O trecho de 90 km corta o Parque Indígena do Araguaia ligando os municípios de Formoso do Araguaia (TO) a São Félix (MT). O projeto é importante porque vai permitir criar oportunidades para alavancar o desenvolvimento de toda a região influenciada pela obra. O objetivo é intensificar a parceria entre todos os agentes envolvidos nos estudos para viabilizar a execução do trecho rodoviário.