No período de cinco dias quatro jovens foram mortos em Gurupi e coloca a cidade nas estatísticas do crescimento da violência interpessoal de jovens entre 15 a 29 anos, conforme relatou o Atlas da Violência em junho deste ano que mostra o crescimento em 176,1% o número de homicídios no período de 10 anos no Tocantins.
por Wesley Silas
Segundo o Atlas da Violência, o Tocantins está entre os cinco estados onde a taxa de homicídio de jovens entre 15 a 19 anos aumentou, passando de 88 casos em 2005 para 243 em 2015, variação correspondente a 176,1%, afetando a população jovem masculina. São números que coloca o Estado na terceira posição do ranking dos Estado brasileiro com mais homicídios, perdendo apenas para os estados Rio Grande do Norte e Sergipe.
Confirmando o Atlas da Violência, em Gurupi a arma de fogo é também a personagem central na história da violência letal. Nos últimos cinco dias cinco jovens foram mortos com Modus operandi idênticos, onde um moto para e atira contra as vítimas. As chamadas das matérias jornalísticas parecem coincidirem onde em setembro uma delas levava o título: “Polícia registra dois homicídios e um tentativa em Gurupi” e no último sábado, 09, outra matéria levou o seguinte título: “PM registra dois homicídios e uma tentativa em Gurupi”, no cado da tentativa o jovem faleceu no dia seguinte.
O caso mais recente teve como vítima o jovem, Marcos Túlio Souza da Silva, 24 anos, assassinado por volta das 04h 29min. da madrugada desta quinta-feira, 14, na Avenida Rio Grande do Norte com a Rua 12. Testemunhas relataram à polícia que um homem em uma moto passou e efetuou três disparos de arma de fogo, mas segundo o SAMU dois acertaram a vítima que morreu no local.
“O drama da juventude perdida possui duas faces. De um lado a perda de vidas humanas e do outro lado a falta de oportunidades educacionais e laborais que condenam os jovens a uma vida de restrição material e de anomia social, que terminam por impulsionar a criminalidade violenta […] Enquanto isso, a sociedade, que segue marcada pelo temor e pela ânsia de vingança, parece clamar cada vez mais pela diminuição da idade de imputabilidade penal”, aponta o Atlas da Violência 2017 que mostra ainda o “perfil típico das vítimas fatais permanece o mesmo: homens, jovens, negros e com baixa escolaridade”.