Segundo o Repórter Brasil, todos os empregadores foram autuados, entre dezembro de 2014 e dezembro de 2016, em decorrência de caracterização do trabalho escravo contemporâneo. No Tocantins aparecem 21 nomes envolvendo fazendeiros, cerâmica, garimpos e empreiteira localizados em diversos municípios, dentre eles Peixe, Lagoa da Confusão, Sandolândia, Crixás, Porto Nacional e Araguaína.
por Redação/AtitudeTO
A “Lista de Transparência” foi enviada pelo poder público na segunda (13), em resposta à Lei de Acesso à Informação (LAI), e abrange o período entre dezembro de 2014 e dezembro de 2016 e traz dados de empregadores autuados em decorrência de caracterização de trabalho análogo ao de escravo e que tiveram decisão administrativa final. A solicitação busca garantir transparência à política de combate a essa violação aos direitos fundamentais enquanto o governo federal não voltar a divulgar a informação, como costumava fazer.
“A obrigação do Ministério do Trabalho em divulgar os nomes dos empregadores que exploram o trabalho escravo decorre de compromissos assumidos pela República Federativa do Brasil em âmbito internacional, os quais impedem retrocessos nos passos já trilhados em prol da erradicação da escravidão contemporânea”, afirma o procurador do Trabalho Tiago Cavalcanti, que está à frente da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério Público do Trabalho ao Repórter Brasil.
No Tocantins 21 nomes aparecem dentre os 250 empregadores autuados em decorrência de caracterização de trabalho análogo ao de escravo e que tiveram decisão administrativa transitada em julgado. Dentre eles aparecem dois de Sandolândia e dois de Araguaína, conforme mostra a relação abaixo:
Empregador | Estabelecimento | Local |
1. Agilberton Ribeiro | Fazenda São Miguel/Bibiano – São Valério, km 30 | Paranã |
2. Anísio Aparecido da Silva | Fazenda Nossa Senhora da Aparecida | Dueré |
3. Cerâmica Cermar Ltda | Fazenda Paraíso | Babaçulândia |
4. Delfino Pereira Martins | Fazenda Ana Thaíra | Dois Irmãos |
5. Délio Fernandes Rodrigues | Fazenda Fernandes (Fazendinha) | Angico |
6. Diamante Agrícola S/A | Fazenda Diamante | Lagoa da Confusão |
7. Fabiano Iamaguti Maeda e Outros | Fazenda Esperança – | Natividade |
8. Iroilto Nunes Pereira | Fazenda Ouro Branco | Natividade |
9. Joaquim Almeida de Carvalho | Fazenda Canarana | Colméia |
10. Jorge Alberto Annes Marinho | Fazenda Sentinelas do Pago | Peixe |
11. Juarez Antônio Arantes | Fazenda Marambaia | Sandolândia |
12. K R Construtora Ltda | Obras ao longo da rodovia TO 226 | Araguaína |
13. Luciano Rosa do Nascimento | Fazenda Castelo | Luzia, Porto Nacional |
14. Joaquim Almeida de Carvalho | Fazenda São Nicolau III | Sandolândia |
15. Mineração Santa Luzia Ltda | Fazenda Santa Luzia | Santa Rosa do Tocantins |
16. Mineradora Vale do Paranã Ltda | Garimpo Cara Pelada | Paranã |
17. Rita Cássia Dias | Fazenda São Lucas | Muricilândia |
18. Ronaldo Peixoto Valadão | Fazenda Serra Azul | Araguaína |
19. Rita Cássia Dias | Fazenda Bom Sucesso | Alta do Bom Jesus |
20. Welligton Lourenço Nunes | Fazendas São Lourenço | Arapoema |
21. Yasushi Taji | Fazenda Taji – | Crixás do Tocantins |
Lista suja
Criada em 2003 pelo governo federal, a “lista suja” é considerada pelas Organização das Nações Unidas (ONU)um dos principais instrumentos de combate ao trabalho escravo no Brasil. É e é apresentada como um exemplo global por garantir transparência à sociedade e um mecanismo para que empresas coloquem em prática políticas de responsabilidade social e possam gerenciar riscos de seus negócios.
“A relação com os empregadores que foram autuados em decorrência de caracterização de trabalho análogo ao de escravo e que tiveram decisão administrativa transitada em julgado, confirmando a autuação, constando: nome do empregador (pessoa física ou jurídica), nome do estabelecimento onde foi realizada a autuação, endereço do estabelecimento onde foi caracterizada a situação, CPF ou CNPJ do empregador envolvido, número de trabalhadores envolvidos e data da fiscalização em que ocorreu a autuação, incluindo, ainda, a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) dos empregadores envolvidos (quando esta estiver disponível nos relatórios de fiscalização em questão).”