A rodovia TO-500 promete sair do Estado de Mato Grosso, via Ilha do Bananal, e irá ligar em Gurupi aos trilhos da ferrovia Norte-sul que ligam ao Maranhão ao Porto do Itaqui, no Maranhão; reduzindo distâncias para chegar aos mercados exterior como nos EUA, Europa, China e Japão. Mazzaro citou alguns fatores que poderão ser positivo para o Tocantins: “Do outro lado do Rio Araguaia no Mato Grosso que tem cerca de 50 municípios que não têm retífica de motor, não tem agência de automóveis, não tem agência de tratores, não tem revenda de caminhões e não tem universidades. Tudo isso fica a 330 km de Gurupi”, disse.
por Wesley Silas
Segundo consultor de Transporte e Meio Ambiente, José Rubens Mazzaro, o Decreto presidencial que autoriza ligar os estados do Mato Grosso ao Tocantins por meio da TO-500, via Ilha do Bananal, está preste a ser assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele o governador do Tocantins, Mauro Carlesse, teve um encontro com o presidente e com lideranças de Mato Grosso, como o deputado federal Nelson Barbudo (PSL) e saíram entusiasmados com as respostas.
“Apresentamos todas as documentações para viabilizar o Decreto Presidencial que autoriza fazer obras dentro da Ilha do Bananal, que é uma terra indígena, e foi recebido com muito otimismo pelo presidente da República”, disse Mazzaro.
“Quando o governador saiu [da audiência com o presidente Bolsonaro] ele ficou muito entusiasmado e, desde então, estamos tratando nos bastidores no segundo escalão do governo federal onde tem que ser feita a parte burocrática dentro dos ministérios”, completou.
Ponte no rio Javaés
Conforme Mazzaro, durante a audiência com equipe do presidente foi solicitado a implantação de um ponte metálica sobre o Rio Javaés que deverá ser feita pelo Exército.
“Conversei com o Deputado Federal Nelson Barbudo (MT), a pedido do nosso governador, e ele pediu para reunir com o Secretário de Infraestrutrua, Renato Assunção e agora vamos para Brasília para tratar disso. Vamos falar com os Ministérios do Meio Ambiente, Infraestrutura, Casa Civil e no Ministério de Relações Institucionais, que cuida da comunidade indígena, que é o General Heleno que vai autorizar a ponte metálica”, disse.
Nova conversa com Bolsonaro
Conforme Mazzaro, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), o deputado federal Nelson Barbudo (PSL) esteve na comitiva do presidente Bolsonaro, inclusive mandou uma foto dele dentro do avião com o presidente quando os dois conversaram sobre a TO-500.
“O Nelson Barbudo que estava com o presidente Bolsonaro dentro do avião falou sobre o Decreto Presidencial e em respostar o presidente disse que vai assinar”, avaliou.
Com o Decreto Presidencial assinado, Mazzaro explica que o governo do Tocantins terá condições de realizar a licitação de concessão da rodovia TO-500 dentro das terras indígenas na Ilha do Bananal.
“O Estado vai licitar e fiscalizar, mas todos os valores serão da iniciativa privada. Para isso, já temos três empresas interessadas” disse. Sobre o custo da obra ele avaliou: “O custo da obra é de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, mas é muito viável economicamente porque esta estrada vai permitir que ligue uma grande região produtora que no ano passado plantou 1,6 milhão hectares de soja e milho, que está a 330 km da ferrovia Norte-sul do pátio de Gurupi”, justificou.
Ele também avaliou brevemente sobre as liberações ambientais. “Na questão ambiental, vamos cumprir tudo, pois são umas quatro portaria, sendo a Portaria 060 a principal e diz tudo que devemos fazer e não queremos passar por cima de nada”, disse.
Logística entre a TO-500 e a Ferrovia Norte-Sul (FNS)
Segundo Mazzaro, a Rumo S.A, vencedora do leilão da Ferrovia Norte-Sul após ofertar R$ 2,719 bilhões pelo trecho de 1.537 quilômetros, que vai de Estrela d’Oeste (SP) a Porto Nacional (TO), é um dos grandes grupos que estão de olho na logística deste novo Caminho da Safra.
“A Rumo está muito interessada que esta estrada saia. Com certeza, eles têm muito interesse em participar da licitação porque vão trazer 12 milhões de ton. do Mato Grosso para a ferrovia Norte-Sul. Hoje a produção agrícola deles percorre 2.700 km para chegar nos Portos de Paraguá (PR) e Santos (SP), enquanto por aqui vai dar 1.300 km, incluindo o percurso um pouco mais de 300 km para chegar via TO-500 no Pátio da ferrovia em Gurupi, até a ferrovia seguir para chegar no porto do Maranhão”, explicou Mazzaro.
“Toda soja e milho que vão para os Portos de Porto de Paranaguá (PR) e de Santos (SP) tem que subir a costa brasileira, enquanto toda a exportação é para o Norte que são para a Europa e Estados Unidos. China e Japão são norte pelo canal do Panamá. Com isso, a ferrovia Norte-sul se torna estrategicamente juntamente com a logística da TO-500 e vai mudar a logística de transporte do Centro e Norte do Brasil”, justificou o engenheiro.
Impacto na economia do Tocantins
Mazzaro defende que a TO-500 irá fortalecer as vocações econômica da região sul Tocantins, principalmente no comércio e no ensino superior.
“Vai dar uma explosão econômica e demográfica na região que muitos não têm ideia porque todos os anos analisamos a viabilidade econômica. Só para ter uma ideia, do outro lado do Rio Araguaia no Mato Grosso tem cerca de 50 municípios que não tem retífica de motor e nós temos, não tem agência de automóveis e nós temos aqui, não tem agência de tratores e nós temos aqui, não tem revenda de caminhões novos e não tem universidades. Tudo isso a 330 km de Gurupi. Os estudantes deste 50 municípios ou estudam em Cuiabá ou Goiânia e têm que se deslocar 1.110 km”, concluiu.