Com a presença de cerca de mil pessoas, dezenas de prefeitos, vereadores e deputados, a ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu, lançou na manhã desta quarta, 13, na Capital o Matopiba, região criada por decreto presidencial da presidente Dilma Rousseff na semana passada. Além do prefeito Carlos Amastha e do governador Marcelo Miranda, o seminário teve a participação do presidente do Tribunal de Justiça, Ronaldo Eurípedes, presidentes de Sindicatos Rurais e produtores de todo o Estado. Depois do lançamento, a ministra Kátia Abreu retornou a Brasília (DF) a chamado da presidente Dilma Rousseff para participar de reunião na tarde desta quarta, sobre o plano nacional de exportações. Amanha, quinta-feira, 14, a Ministra apresenta o Matopiba no Maranhão (Balsas) pela manhã e à tarde faz a mesma apresentação em Teresina (PI). Já na sexta, 15, o Matopiba será apresentado em Luís Eduardo (BA).
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A Ministra anunciou, no encontro, a disposição do governo federal de transformar a região do Matopiba (que envolve 337 municípios do Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão) na maior fronteira agrícola do país, combatendo a grande defasagem econômica na região que tem um dos maiores índices de crescimento de produção mas cuja renda da população não acompanha no mesmo ritmo. Na ocasião, a Ministra entregou tratores a 20 prefeituras e outros 28 prefeitos assinaram termo de adesão ao Matopiba.
A ministra Kátia Abreu anunciou, ainda, que o Ministério da Agricultura já se ocupa de uma licitação para aquisição de oito perfuratrizes a serem destinadas ao Matopiba com objetivo de perfurar poços na região. Kátia Abreu informou que os trabalhos irão começar pela região Sudeste do Tocantins. “Vamos perfurar até cinco poços artesianos por semana”, garantiu a Ministra. “Precisamos reverter este quadro de sede e de miséria que ainda existe”, falou a Senadora que disse vai buscar parcerias com a classe política, prefeitos, deputados e os governadores da região para implementar o programa tão necessário à população que sofre com a seca ciclicamente todos os anos.
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Kátia Abreu anunciou, ainda, a viabilização de capacitação e tecnologia de mão de obra a 100 mil produtores rurais no país, ao custo de R$ 400 milhões. O Tocantins será o primeiro a ser beneficiado com 12 mil participantes (serão 30 mil no Matopiba). “A Presidente entende a necessidade disso, apesar do ajuste fiscal, os recursos foram mantidos”, salientou a Ministra para quem a presidente Dilma Rousseff hoje coloca o Ministério da Agricultura no centro das atenções e prioridades do governo.
Para a Ministra, o Tocantins é o centro logístico do país. “O Tocantins é o Estado da logística, lugar de passagem, significa industrialização”, salientou. Ela informou que está defendendo junto ao governo federal a viabilização dos eixos estruturantes. Para o Matopiba salientou a necessidade de viabilização da BR-235, que liga o Sul do Piauí e Maranhão, chegando a Pedro Afonso e à ferrovia Norte-Sul e hidrovia do Tocantins e chegar ao Ecoporto de Praia Norte, já em funcionamento. “Estamos transformando o porto de Praia Norte numa Zona de Processamento para Exportação”, antecipou a Ministra, facilitando as exportações do Tocantins e do Matopiba para países da Comunidade Européia e da China.
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Kátia Abreu destacou também que trabalha junto com o Ministério do Planejamento, Casa Civil e Ministério da Agricultura o plano nacional de exportação, que terá desdobramentos diretos na economia do Estado. Ela salientou também, neste eixo estruturante, a construção da rodovia BR-242, ligando as cidades de Ilhéus e Luís Eduardo (BA), passando pelo Sudeste do Tocantins (Peixe) alcançando o Mato Grosso. Defendeu também a federalização da BR-010.
Sustentando a importância da criação do Matopiba, a Ministra aduziu que existem no país 2 milhões de produtores rurais pobres. Apenas 27 mil encontram-se na classe mais alta. “Há um contingente de pobreza que vamos reverter começando pelo Tocantins”, disse a Ministra.
GOVERNADOR – Falando no evento, o governador Marcelo Miranda disse que o Matopiba é um projeto que não tem volta. “O Matopiba se pretende um novo eixo econômico do país neste momento de incertezas”, discursou o Governador. Marcelo disse estar entusiasmado com o projeto, destacando as parcerias com a Embrapa e o Ministério da Agricultura. Salientou o apoio da Ministra Kátia Abreu à Agrotins, saudando os resultados da maior feira agrotecnológica da região Norte do país.
DADOS SOBRE O MATOPIBA
O Matopiba é considerado a última fronteira agrícola do mundo e atualmente representa 10% da produção de grãos no Brasil. É estratégico para a ascensão social dos pequenos produtores locais e para o incremento da produção e da exportação agropecuária do país.
O Matopiba abrange 337 municípios e 31 microrregiões num total de 73 milhões de hectares, com 5,9 milhões de habitantes. O principal critério de delimitação territorial foi embasado nas áreas de cerrados existentes nos quatro estados. O segundo critério foram os dados socioeconômicos.
O Maranhão ocupa 32,77% de todo o território do Matopiba, com 23,9 milhões de hectares em 135 municípios. O Tocantins tem 37,95% da área, 27,7 milhões de hectares e 139 municípios. Já o Piauí representa 11,21%, tem 8,2 milhões de hectares e 33 municípios e a Bahia ocupa 18,06% da área, com 13,2 milhões de hectares e 30 municípios. A proposta de delimitação foi feita pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (GITE), da Embrapa.
Agricultura
O território do Matopiba apresenta a expansão de uma fronteira agrícola baseada em tecnologias modernas de alta produtividade. Hoje, o principal grão destinado à exportação é a soja, mas outras culturas começam despontar na região como o algodão e o milho.
O clima favorável, o perfil dos produtores e a legalidade de novas áreas a serem abertas trazem boas perspectivas para a região. Assim, a totalidade dos quatro estados deverá apresentar aumento de 7,9% na produção de grãos na safra 2015/2016.
No caso da soja, por exemplo, os quatro estados aumentaram significativamente sua produção na safra de 2014/2015 em relação à 2013/2014. Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Bahia teve crescimento de 20,3% (produção total de 3,979 milhões de toneladas), o Piauí, 18,6% (1,766 milhões de toneladas), o Maranhão, 16,4% (2,123 milhões de toneladas) e o Tocantins, 13,5% (2,335 milhões de toneladas).
Entre 1973 e 2011, a produção de soja passou de 670 mil toneladas para mais de 7 milhões. E a de grãos saltou de 2,5 milhões de toneladas para mais de 12,5 milhões no mesmo período.
O total produzido de soja deverá saltar de 18.623 milhões de toneladas da safra 2013/2014 para 22.607 milhões de toneladas em 2023/2024, aumento de 21%.
População e economia
A população total do Matopiba é de 5,9 milhões, sendo que Imperatriz (MA) tem o maior contingente populacional, 566 mil pessoas. Os dados mostram rápido crescimento da população urbana, que em 2000 era de 69 mil pessoas – número que saltou para 124,3 mil dez anos depois.
Do total de 250.238 estabelecimentos rurais, 85% têm mais que 100 hectares e exploram principalmente lavouras temporárias e permanentes, hortícolas, bovinos, leite, porcos, aves e ovos.
Os dados coletados pela Embrapa mostram concentração de renda e pobreza na região. Do total de estabelecimentos, 80% são muito pobres (renda mensal de 0 a 2 salários mínimos) e geraram apenas 5,22% de toda a renda bruta do Matopiba. 14% são pobres e geraram 8,35 % da riqueza na região. 5,79% são classe média e responsáveis por 26,74% da renda.
Somente 0,42% das propriedades são ricas (renda mensal de 200 salários mínimos) e geraram 59% da renda bruta da região.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Matopiba soma R$ 46,9 bilhões, sendo que o Maranhão responde por 41% desse total, seguido por Tocantins (36,7%), Bahia (18,47%) e Piauí (3,74%). O PIB per capita da região é de R$ 7,95 mil, abaixo da média do Nordeste (R$ 9,56 mil), do Norte (R$ 12,7 mil) e do país (R$ 19,77 mil).