Nas eleições municipais de 2012, a Tocantins Indústria e Comércio de Tintas doou ao Comitê Financeiro Único do Partido Verde (PV) de Gurupi (TO) a quantia de R$ 300 mil, que no mesmo dia foram doados à campanha do candidato Mauro Carlesse. No entanto, a investigação concluiu que, na verdade, a origem do montante era da empresa R M A Leilocorte, e não da empresa de tintas como queriam fazer crer os investigados.
Por: Redação
O Ministério Público Eleitoral no Tocantins (MPE/TO) ofereceu denúncia contra o deputado estadual Mauro Carlesse e mais cinco pessoas por doação simulada, praticada pela empresa Tocantins Indústria e Comércio de Tintas e por Regivaldo Rodrigues Alves. Em nota, o deputado afirmou que ainda não foi notificado e que se manifestará após ter conhecimento da denúncia.
No entanto, Carlesse ressaltou que concorreu ao cargo de Prefeito em 2012 “observando a legalidade e a defesa dos interesses da população da cidade.” “Mauro Carlesse afirma ainda que sua prestação de contas foi aprovada pela justiça eleitoral e que a ação do MPE não prosperará por absoluta falta de sentido”, informou a nota.
Denúncia
Nas eleições municipais de 2012, a Tocantins Indústria e Comércio de Tintas doou ao Comitê Financeiro Único do Partido Verde (PV) de Gurupi (TO) a quantia de R$ 300 mil, que no mesmo dia foram doados à campanha do candidato Mauro Carlesse. No entanto, a investigação concluiu que, na verdade, a origem do montante era da empresa R M A Leilocorte, e não da empresa de tintas como queriam fazer crer os investigados.
Em outubro de 2012, Regivaldo Rodrigues Alves compareceu ao Ministério Público Eleitoral narrando que seu nome constava como doador de R$3.100,00 à campanha de Mauro Carlesse, mas que a doação não teria sido feita por ele, pois não possuía condições financeiras para isso. Porém, meses depois, Alves mudou a versão dos fatos, e passou a afirmar que teria sim feito a doação, por causa de uma dívida que tinha com Eduardo Abelha Reis, que não poderia doar diretamente por já ter ultrapassado seu limite de doação eleitoral. Assim, verificou-se que a doação feita por Alves foi simulada e tinha como propósito esconder que, de fato, o valor doado seria de Reis.
Além de Carlesse, Alves e Reis também foram denunciados Carlos Alves Magalhães, Edmundo Brandão Calil e Ruiter Martins Mariano por terem contribuído diretamente para execução do crime de falsidade ideológica com fins eleitorais.
Penas
Para os réus Edmundo Brandão Calil, Ruiter Martins Mariano, Eduardo Abelha Reis e Regivaldo Rodrigues Alves, o MPE/TO propõe a suspensão condicional do processo. Assim, caso concordem, os réus devem cumprir, por dois anos, as condições estipuladas pelo juiz e poderão ter a punibilidade extinta.
Já os réus Mauro Carlesse e Carlos Alves Magalhães não poderão ser beneficiados com a suspensão condicional do processo devido a acumulação das penas, pois praticaram o crime previsto no art. 350 do Código Eleitoral duas vezes.
Nota do deputado Mauro Carlesse
O Deputado Mauro Carlesse, sobre protocolo de denúncia oriunda do Ministério Público Eleitoral, ainda não foi notificado, sabendo deste fato apenas pela imprensa,tratando-se de fato relacionado às eleições de 2012, quando concorreu a prefeitura de Gurupi/TO. Assim, apenas se manifestará quanto tiver conhecimento oficial da denúncia do Ministério Público e apresentação de sua defesa.
O deputado afirma, no entanto que concorreu a eleição de prefeito em Gurupi observando a legalidade e a defesa dos interesses da população da cidade.
Mauro Carlesse afirma ainda que sua prestação de contas foi aprovada pela justiça eleitoral e que a ação do MPE não prosperará por absoluta falta de sentido.