O corpo de Ana Braga de Queiroz foi velado em Goiânia na Capela Imperial do Cemitério Jardim das Palmeiras e sepultado na quarta-feira, 21, no Cemitério Santana.
Para o vice-governador do Tocantins, Laurez Moreira, a peixense Ana Braga “deixa um grande legado, de muita importância principalmente para nos tocantinenses, por sua trajetória de luta em defesa da nossa história, da educação, da cultura e para dar voz as mulheres na política .Presto minhas condolências aos seus familiares, amigos, admiradores e a toda a comunidade tocantinense que sentirá a sua ausência. Rogo ao nosso Bom Deus, neste momento de dor e saudades, para que console os corações de cada um”, disse Laurez ao destacar que “Ana Braga de Queiroz era natural do município de Peixe/TO, foi a idealizadora da Academia Tocantinense de Letras. Foi também a primeira mulher eleita vereadora em Goiânia. Além disso, foi secretária da Educação em Goiás e subsecretária da Cultura no Tocantins. Além da sua atuação política, Ana Braga de Queiroz também era escritora, historiadora, pedagoga, geógrafa, advogada e jornalista”.
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“Ocupou a cadeira de Sociologia Educacional e História, do Instituto de Educação de Goiás; foi ocupante da cadeira 31 da Academia Goiana de Letras; membro efetivo da Academia Porangatuense de Artes e Letras (APALE); membro efetivo – cadeira 20 da Academia de Letras, Ciências e Artes de Trindade (GO); e membro da Academia Tocantinense de Letras, cadeira 02”, considerou Laurez Moreira.
A prefeita de Gurupi, Josi Nunes também lamentou a morte da parlamentar, ex-primeira-dama e professora.
“Era membro fundadora e componente do quadro de importantes instituições da cultura do Goiás e Tocantins. Também é tia do presidente da Agência Municipal de Trânsito e Transportes (AMTT) de Gurupi, Eduardo Baldini. Deixa um grande legado de ativismo cultural, social e político, além do seu pioneirismo na participação feminina na política. Neste momento de profunda consternação, rogo a Deus para que conforte os corações dos familiares e amigos que sofrem por esta perda irreparável”, lamentou a prefeita.
Sobre Ana Braga
Bacharel em Geografia e História, licenciada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e formada em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Ana Braga de Queiroz nasceu em 29 de novembro de 1923, em Peixe (TO). Ingressou na política em 1945, ao declarar apoio à candidatura de Coimbra Bueno para o governo de Goiás. Naquele ano, funda o diretório regional da União Democrática Nacional, partido pelo qual se elegeria vereadora dois anos mais tarde, em 1947.
Na Câmara de Goiânia, enfrenta com altivez a resistência à sua atuação parlamentar e ganha destaque na defesa do direito de mulheres participarem da política. Candidata-se à deputada estadual no pleito seguinte, em 1959, e conquista cadeira na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). No ano seguinte, transfere seu domicílio eleitoral de Goiânia para Tocantinópolis para acompanhar o marido, Trajano Gontijo, eleito prefeito do município, nas atividades administrativas.
Dedica-se, a partir de então, tanto às rotinas de primeira-dama de Tocantinópolis quanto às ações legislativas da Assembleia. Em 1962, Trajano elege-se prefeito de Porangatu e, mais uma vez, Ana Braga se transfere com o esposo para acompanhar a vida política e administrativa do município do norte de Goiás.
Em 1984, é nomeada consultora técnica da Companhia Agrícola do Estado de Goiás, no governo Ary Valadão. No governo seguinte, de Iris Rezende Machado, assume a Coordenadoria-Geral do Departamento de Administração da Secretaria da Fazenda. Membro da Academia Goiana de Letras e Artes de Goiás (Aflag), seu primeiro discurso na entidade, em 9 de novembro de 1970, é considerado histórico para a política e a cultura de Goiás.