“Um exemplo vivo disso foi a juventude de Gurupi, que foi derramada por esse País afora em busca de vagas nas universidades pressionando, assim, os políticos da cidade a criarem o tão sonhado curso superior, no caso, a Fafich (hoje Unirg) e as demais Instituições que vieram na sequência”. Jonas Barros.
por Jonas Barros
A juventude tem a força e a capacidade de fazer a mudança de qualquer cenário político. Mas não é de hoje que os nossos jovens estão apáticos aos acontecimentos políticos. A mim parece que esse comodismo vem, entre outros fatores, da falta de renovação dos artistas brasileiros.
O Brasil vive um momento negro na cultura, e a juventude vem sofrendo péssima influência dessa febre da música pop sertaneja, que muito pouco tem contribuído para a transformação social, e consequentemente política.
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Essa ‘arte’ plastificada traz em suas letras apenas o modismo, que repercute nas vestes, nos cortes de cabelos, no frenesi por tatuagem, no exacerbação do corpo, no culto à bebida e à vida fácil.
A nossa juventude não se preocupa mais com o coletivo, tornou-se individualista.
Não podemos negar que uma boa parte é dedicada aos estudos, na formação profissional, mas é preciso reconhecer que bem poucos se interessam na preparação de uma nova realidade para nação. O País está na banca rota e eles não estão nem aí.
Antigamente a juventude liderava movimentos populares em busca da liberdade de manifestação. O país tinha um sistema de repressão que fazia com a música trouxesse movimentos de vanguardas, tais como: tropicalismo, bossa nova e outros tantos eventos culturais, que conduziam sempre a uma arte de poesias concretas, que por sua vez trazia conceitos nos versos, quebrava tabus e estabelecia novos valores sociais, que ajudavam a coletividade em suas reflexões e mudanças.
Um exemplo vivo disso foi a juventude de Gurupi, que foi derramada por esse País afora em busca de vagas nas universidades pressionando, assim, os políticos da cidade a criarem o tão sonhado curso superior, no caso, a Fafich (hoje Unirg) e as demais Instituições que vieram na sequência.
Mais um processo político está prestes a se iniciar e não vemos nenhuma mobilização da juventude. Os estudantes das universidades aqui em Gurupi e em todo o Tocantins nao cumprem mais o papel de transformação e evolução da sociedade, eles assistem a tudo e se calam ou se retiram.
As lideranças políticas estudantis sucumbiram aos promotores de eventos, que até em época de campanha ocupam o lugar que já foi da juventude acadêmica. Não temos mais os CAs, DAs e DCEs; e foi a partir destas agremiações que surgiram muitos movimentos de lutas libertárias e de transformações.
Antigamente dava gosto ver a juventude encabeçar e liderar os movimentos.
Enquanto essa juventude não voltar assumir seu papel transformador não haverá mudança, pois é ela, a juventude, que serve de combustível para a classe trabalhadora desse País encarar sem medo os movimentos e fazer as mudanças necessárias.
Jonas Barros