“A greve geral de 28 de abril tem recebido apoio de vários segmentos da sociedade como: intelectuais, artistas, militantes de diversos movimentos sociais e sindicais e de políticos que tem apresentado sua sensibilidade e seu compromisso com um país mais justo e mais humano”, João Nunes.
João Nunes da Silva
Doutor em comunicação e cultura contemporâneas, Mestre em Sociologia e professor da UFT Campus de Arraias. Trabalha como projeto em cinema e educação
Depois da deposição da Presidente Dilma por meio do impeachment polêmico, que depois ficou evidente a ilegitimidade desse processo, o Brasil tem vivido dias tensos com o crescimento do ódio e com a escalada vertiginosa da destruição dos direitos dos trabalhadores.
A Reforma Trabalhista, a Terceirização e a Reforma da Previdência são a demonstração concreta de que as chamadas pedaladas fiscais foram apenas um subterfúgio utilizado pelos golpistas para atender os interesses do capital.
Ninguém em sã consciência pode admitir que as reformas propostas por Michel Temer e seu grupo representam algo de bom para os trabalhadores e para o país; sim, porque um país não pode ser considerado bom quando submete a maioria de sua população a uma situação de escravidão e de miséria.
Por essa razão é que a greve geral representa o que há de mais legítimo e importante nesse momento para reverter o descalabro protagonizado por um governo ilegítimo.
A greve geral de 28 de abril tem recebido apoio de vários segmentos da sociedade como: intelectuais, artistas, militantes de diversos movimentos sociais e sindicais e de políticos que tem apresentado sua sensibilidade e seu compromisso com um país mais justo e mais humano.
Destacam-se no apoio, por exemplo, setores da igreja católica, a chamada ala popular, que ao longo do tempo tem demonstrado seu compromisso com os pobres e mais sofridos do país.
Assim como aconteceu no período da Ditadura Militar implantada em 1964 (que perseguiu militantes, intelectuais e políticos comprometidos com uma sociedade mais justa e igualitária e institucionalizou a tortura na época) bispos e padres conclamam a população para uma adesão ampla da greve geral por entenderem que as medidas tomadas por esse governo pós-impeachment levará o país a uma situação de pobreza maior e de injustiça social.
Cada vez mais fica evidente o cinismo dos que hoje estão no poder por meio de um processo injusto para proteger exatamente os verdadeiros culpados.
Não por acaso que vários ministros do governo Temer esão indiciados na Lava jato. Aqueles que mais gritaram contra a corrupção se escondiam exatamente por trás do crime que cometeram fazendo passar-se por éticos e preocupados com o país.
Agora a população está percebendo de fato o que aconteceu e até aqueles que foram às ruas com suas camisas verdes e amarelas e bateram panelas do alto de seus apartamentos, de alguma forma se dão conta que também foram manipulados.
As panelas da classe média se calaram quando ficou evidente de que lado está os que assaltaram o poder em nome da ética e da moralidade.
Os trabalhadores, por sua vez, agora estão indo á luta com todo o vigor necessário para que traga de volta a estabilidade do país e a justiça social.
São dias de luta.