“Toda eleição, se você não sabe, é pautada por ideologias. Para ser mais específico, quem comanda o capital (os grandes grupos econômicos e o setor financeiro) em geral sempre dão as fichas nas eleições; o que significa que indicam seus candidatos e fazem de tudo para fazer valer os seus interesses, independente da vontade e da necessidade da maioria”. João Nunes da Silva
por João Nunes da Silva
João Nunes da Silva. Doutor em comunicação e cultura contemporâneas, Mestre em Sociologia e professor da UFT Campus de Miracema-TO. Trabalha com projetos em cinema e educação.
Eleição não é uma brincadeira; portanto, não dá para simplesmente votar num candidato somente porque está à frente nas pesquisas. É preciso saber, antes de tomar uma decisão, que, querendo ou não, quem vota (ou se abstém) está assumindo uma responsabilidade.
Mas não se trata ainda de apenas escolher um candidato; é preciso saber que várias coisas estão em jogo nesta eleição, dentre elas, a DEMOCRACIA. Sim. A democracia está em jogo.
Não pense que isso é uma brincadeira e, portanto, saiba que toda eleição envolve interesses diversos, especialmente por parte de quem já está acostumado a impor suas posições, como é o caso do chamado Mercado.
A história tem mostrado que quando o mercado quer não interessa nem mesmo a democracia; não foi por acaso que tivemos 21 anos de Ditadura Civil Militar apoiado pelas elites do país, essas que continuam no poder.
Uma eleição não é ( nunca foi, nem nunca será) algo pessoal, como fazem aqueles que mercantilizam o voto.
Toda eleição, se você não sabe, é pautada por ideologias. Para ser mais específico, quem comanda o capital (os grandes grupos econômicos e o setor financeiro) em geral sempre dão as fichas nas eleições; o que significa que indicam seus candidatos e fazem de tudo para fazer valer os seus interesses, independente da vontade e da necessidade da maioria.
Esse grupo defende suas idéias e interesses e se coloca em geral como os únicos, os verdadeiros representantes do povo. Mais especificamente, defende a ordem vigente, essa mesma ordem socioeconômica estruturada por eles mesmos desde os primeiros passos do que hoje denominamos de processo civilizacional.
Esse primeiro grupo pertence à ideologia dominante; sim, porque ideologia significa concepção de mundo que orienta a vida dos indivíduos e instituições. Eles se consideram tão importantes que não interessa para eles outra concepção. Sequer aceitam o que é diferente do seu modo de pensar, sua prática e suas ações
O segundo grupo corresponde à ideologia que se opõe a hegemonia do primeiro; de modo mais especifico, podemos dizer que pertence a ideologia contra-hegemônica. Logo se vê que se trata daqueles que se baseiam numa distribuição de riquezas menos perversa do que a que temos atualmente.
Aqueles que pertencem ou se afinam com as idéias da direita estão do lado dos interesses patronais; em geral são conservadores e intolerantes; os que são contras a esses se baseiam nas necessidades da maioria; essa formada pelos trabalhadores; ou seja: a população simples que sobrevive em favelas, cortiços, nos bairros populares e nas ruas das grandes cidades.
É assim que se surgem e se distribuem os partidos políticos: entre Direita e esquerda.
Considerando essas duas tendências temos os intermediários, os que não se colocam especificamente do lado do primeiro ou do segundo; por isso a denominação de Centro; quando estes pendem mais para direita chamamos de Centro-Direita, quando para a esquerda, chamamos de Centro-Esquerda.
Nunca vote simplesmente por causa de pesquisa, mas sim, com clareza e com a certeza de que aquilo que está fazendo vai contribuir não só para você, mas para toda a coletividade. Esse é o sentido da política.
Nesta eleição a democracia está em jogo porque um candidato, que a princípio, lidera as pesquisas, tem se mostrado claramente preconceituoso com negros e mulheres, contrário a diversidade e ainda tem sido claramente defensor da tortura e do uso de armas. Exatamente por se mostrarem contrários as atitudes e propostas de tal candidato é que surgiram nas Redes Sociais vários grupos com o lema #EleNão.
As mulheres têm se destacado na luta contra esse tipo de intolerância, característica típica do Fascismo.
Que vença a democracia.