“Se as pessoas estivessem acompanhadas de um profissional não aconteceria este tipo de coisa; poderia até acontecer, mas saberíamos como evitar. Agora é só lamentar e esperar que as outras pessoas quando sair em embarcação, não sendo profissional, usem coletes porque neste caso se estivesse usando não teria acontecido esta tragédia”, disse Vagno Eduardo da Silva Pereira, conhecido como Beiçola. Ele é orientador de pesca esportiva e promove passeios no arquipélago do Tropeço e no lago da Usina (UHE) da Enerpeixe.
por Wesley Silas
Vagno Eduardo da Silva Pereira, conhecido como Beiçola, juntamente com os mergulhadores conhecidos como Nani, Samu e Nilsinho foram os responsáveis pelos resgates dos corpos espanhol Jeancarlos Consenti, 49 anos, e do brasileiro Valdemir Marcos Ribeiro, 36 anos, mortos afogados após o barco bater em uma pedra e afundar na região da Ilha do Tropeço em Peixe no final da tarde de ontem (12/09).
“Ontem desci o rio e passei pela embarcação do pessoal antes deles baterem na pedra com o barco e assim que cheguei na cidade me informaram que eles tinham virado o barco. Em seguida retornamos e encontramos um deles na ilha do Florisvaldo. A canoa bateu e tombou e o gringo (Jeancarlos) ficou debaixo da embarcação e o outro moreninho (Valdemir Marcos) desceu, depois do corpo dele ter enrolado nas linhas que ele estava pescando e ele não deu conta de sair porque estava embaraçado na linha de pesca”, explicou.
Segundo Beiçola, ele e seus amigos tentaram retirar os corpos até por volta das 19h da terça-feira e, como não conseguiram, retornaram na manhã desta quarta-feira. “Ligamos para o Corpo de Bombeiros e o pessoal estavam esperando chegar mergulhadores de Palmas, mas demoraram e nós mergulhadores daqui da população de Peixe e outros amigos juntamos e demos assistências, a exemplo do que sempre fazemos quando acontece este tipo de fatalidade. Primeiramente encontramos e resgatamos o corpo do espanhol que estava embaixo da canoa e, em seguida os meninos mergulharam novamente e encontraram a outra vítima”, explicou.
Segundo os pescadores a falta de equipamentos obrigatórios, como coletes salva-vida e de orientação para navegar em um local perigoso como o arquipélago do Tropeço contribuiu para que a tragédia acontecesse.
“É uma coisa muito triste que a gente não deseja para ninguém, mas, como profissional do segmento da pesca esportiva, deixamos o recado que o passeio no arquipélago do Tropeço é um local muito bonito para brincar, mas tem as pessoas devem ir acompanhadas por um profissional para evitar que aconteça este tipo de coisa”, alertou.