da redação
Na manhã desta quinta-feira (16) dois policiais militares foram presos preventivamente suspeitos de sequestrar Filipe Coelho Siqueira, de 21 anos, que está desaparecido há quase quatro meses. Eles foram identificados como Felipe Augusto Lovato da Rocha e Ismael Nascimento da Conceição. Segundo SSP, ao longo do minucioso trabalho executado pela Polícia Civil descobriu-se que os investigados estariam envolvidos em outras condutas criminosas, utilizando-se da condição de policial como justificativa.

Foi apurado que eles supostamente ofereciam dinheiro a usuários de droga viciados em crack para que adquirissem drogas em “bocas-de-fumo”. Em seguida, à paisana e utilizando carro particular, executarem buscas clandestinas nestes locais do tráfico, onde apreendiam drogas e valores.
Conforme a investigação, por vezes o material apreendido não era apresentado na delegacia e eles sequer efetuavam a prisão do traficante. Ainda foram constatadas evidências apontando envolvimento dos investigados em casos de tortura.
Felipe Coelho trabalhava como ajudante de pedreiro durante o dia e estudava o último ano do ensino fundamental no período noturno. No momento em que desapareceu, ele estaria voltando do serviço para almoçar. Segundo a família, ele não tem nenhuma passagem criminal, mas constantemente era abordado pela polícia.
A Polícia Civil ainda não conseguiu descobrir o paradeiro do jovem. O que se sabe é que o carro partiu em direção à zona rural da cidade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o veículo retornou para a zona urbana cerca de 30 minutos depois e às 14h36 voltou para o local inicial (onde a vítima foi abordada). Nesse momento, apenas os policiais suspeitos desceram do carro.

O advogado da Associação dos Praças Militares do Tocantins, Paulo Roberto, informou, por telefone, que ainda não teve acesso à investigação, mas vai se posicionar nos próximos dias.
A Polícia Militar do Tocantins disse que acompanhou o cumprimento de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em desfavor de dois policiais militares. Também afirmou que o caso está sendo investigado pela Corregedoria e afirmou compromisso com a legalidade e imparcialidade.
Após os procedimentos judiciários, os militares foram recolhidos na unidade da Polícia Militar em Palmas, os quais ficarão à disposição para os procedimentos cabíveis.