Hoje recebi um texto de um professor que diz que “Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas”. Uma reflexão sobre a vida que também serve para meditar sobre acontecimentos que envolvem o olhar da coletividade na política em Gurupi e Tocantins; caso for levado em consideração que as feridas recentes deverão servir para repensar o que aconteceu de errado em uma gestão em que os resultados das urnas não refletiram os avanços que foi propagado no terceiro maior colégio eleitoral , que terá grande influência nas eleições de 2018.
por Wesley Silas
As eleições deste ano mostraram no contexto nacional o crescimento do PSDB, que elegeu, nada menos do que 46% dos seus candidatos a prefeito; mas, voltando os olhos para o Tocantins, o partido não conseguiu a mesma desenvoltura da média nacional, e, em Gurupi os tucanos, apesar de terem quase conseguido voar de igual para igual na reta final, perderam às experientes bombas do PSB, num cenário onde ficou claro que os eleitores mostraram desconfiados com os políticos – um espelho da tendência nacional em relação dos representados aos seus representantes.
Tudo isso aconteceu em um momento em quem a sociedade brasileira perdeu o medo e mostra não temer varrer velhos discursos como os que foram combatidos nas eleições 2012 pelo prefeito reeleito Laurez e seus apoiadores. Contudo, nas eleições deste ano o eleitor sinalizou com silêncio nas urnas mostrado nos números das abstenções e votos brancos e nulos que chegaram a quase 1/3 dos votos, ultrapassando a média nacional. Merecendo uma reflexão sobre erros e acertos!!!
Contexto
Coisas possíveis de serem realizadas como reforma do Mercado Municipal da Rua 07, construção de uma nova rodoviária, do prédio da Câmara Municipal e o exercício do papel dos legisladores; conclusão do prédio do Campu I da Unirg, criação da Guarda Municipal, melhorar a estética nas praças e acessibilidade nas vias públicas; TUDO ISSO aliado as obras complexas capazes de dar um novo horizonte ao futuro econômico e social de Gurupi, dentre elas estão as que envolvem o Governo Federal como duplicação da BR-143, a construção do anel viário ligando a BR-153 a BR 242, a travessia da Ilha do Bananal (TO-500), a conclusão do Pátio Intermodal da Ferrovia Norte-Sul em Gurupi – lembramos que este último, recentemente, foi considerado pelo Governo Federal como um dos projetos prioritários do Projeto Crescer. Neste contexto, SÃO EXEMPLOS que se REPETEM em quase todos os 139 municípios do Tocantins, e, na Capital da Amizade, os eleitores deram exemplo claros que não suportarão ouvir em palanques futuros tais condutas, podendo assim, deixar muitos políticos em saia justa em 2018, quando acontecerão eleições para escolhas de Governador, Deputados Federais e Estaduais, e de dois Senadores.
Estado
No momento dos escândalos como a Lava Jato, PALANQUES lotados de autoridades, de todas as vertentes e siglas partidárias sem convicções ideológicas, não convencem mais o eleitor que não suportam ouvir o que não acontece. Araguaína deu exemplo com a derrota de Valderez, em Porto Nacional a máquina não foi capaz de reeleger Otoniel, em Palmas deu exemplo com a vitória do estrangeiro do palanque solitário e, aqui no sul do Estado, prefeituras como de Cariri, Dueré, Peixe e Crixás não conseguiram eleger nomes tradicionais que tivera apoio da máquina administrativa. Exceto Formoso do Araguaia com o exemplo do atual prefeito, APESAR de estar afundado em denúncias, mesmo assim, foi reeleito com 28,76% dos votos válidos; uma diferença de 178 votos do segundo colocado, Hermes Azevedo .
Palanques
E se nos palanques – o futuro continuar repetindo o passado com ações apenas de gogó – os que estão no poder ou que estão batendo na porta querendo entrar (situação e oposição) correrão risco de serem ogerizados nas praças e, consequentemente, terão dificuldade de pedir votos nas feiras livres com seus pombos defecando nos alimentos, aos mototaxistas e taxista nas velhas rodoviárias aos cacos espalhadas pelo Estado; assim como convencer a classe empresarial e os desempregados que sonham em ser representados por quem consiga manter a ordem social e cumprir promessas que se arrastam há mais de 20 ou 30 anos.
Cenário para 2018
Aos vencedores e perdedores restam seguir no exemplo de que as pérolas (votos) sairão de ostras feridas (eleitor) e, assim sendo, os fatos devem ser interpretado como algo que vem sendo cobrado, exaustivamente, pelo eleitor que não aguenta mais conviver neste padrão moral e ético falido da política, em que continua existindo duas eleições, uma delas a do voto em que todos têm o mesmo valor e a eleição desigual da grana – em que os financiadores via legal ou Caixa II sempre são beneficiados, posteriormente, com verbas públicas, conforme defende o sociólogo J. Vasconcelos no livro Democracia Pura.
Números
Agora, faltando menos de dois anos para novas eleições, surge o paradoxo em que as estatísticas do cenário estadual, afundado em crise econômica, mostram uma ex-ministra do governo Dilma (PT), senadora Kátia Abreu (PMDB) e seu filho Irajá Abreu (PSD) favorecidos com a maior fatia dos prefeitos eleitos. Dados do TSE mostram o PMDB (de Marcelo Miranda, Josi Nunes fatiado com Kátia Abreu) como sigla que mais elegeu prefeitos no total de 27, juntamente com o PSD de Irajá Abreu (filho de Kátia Abreu) que também elegeu 27, seguido pelo PR do senador Vicentinho com 16 prefeitos, o PV comandando pelo ex-deputado Marcelo Lelis com 13 prefeitos, o PSB de Carlos Amastha e Laurez Moreira elegeu 09 prefeitos, o PRB do deputado federal Cesar Halum elegeu 07 prefeitos, o PSDB do senador Ataídes elegeu 07 prefeitos e a vice-prefeita de Palmas; o PT comandado no Estado pelo suplente de senado, Donizeti Nogueira, elegeu dois prefeitos e o DEM comandado pela deputada federal Dorinha Seabra conseguiu eleger apenas 01 prefeito.
Perfil do eleitor
Enquanto uns políticos lutam para permanecer e outros para tomar o poder, o futuro do Tocantins acompanha o exemplo do Brasil e, em 2018 nossos representantes continuarão sendo escolhidos por 44% de eleitores que tiveram poucas oportunidades na formação educacional e estão entre os que possuem apenas ensino fundamental incompleto, lê e escreve, e analfabetos que têm, em comum, dificuldades de controlar e acompanhar os atos dos ocupantes dos cargos públicos.