No livro “Confiança e Medo na Cidade”, de Bauman, ele defende que “as cidades se transformaram em depósito de problemas causados pela globalização” e que “o nosso agir ou não agir só pode “fazer a diferença” quando se trata de questões locais, enquanto para as outras questões, declaradamente “supralocais”, não existem alternativas”.
No sentido de desembarcar na realidade da sociedade em que moramos e refletir, entender e buscar soluções para problemas como preconceito, drogas, racismo e juventude; o Colégio Objetivo de Gurupi criou o projeto “Altos Papos”.
“Entendendo que é responsabilidade da escola contribuir para a criação de uma cultura universal de defesa da dignidade humana, estimulando o respeito aos direitos e liberdades fundamentais das pessoas, foi incluído na disciplina de Atualidades, a proposta de trabalho acerca de um debate com alunos e membros da sociedade civil sobre diversos temas, algumas vezes polêmicos”, explica o professor, Hélio Buenaga Sevilha.
Segundo Buenaga, a ideia foi inspirada no modelo do Programa Altas Horas, do Serginho Groisman. “O próximo tema é sobre Juventude e teremos as seguintes vertentes: Juventude como modificadora da sociedade, Juventude e Saúde, Juventude e Sexualidade”, explica o professor da disciplina Hélio Buenaga Sevilha. Ele informou que haverá três palestrantes, dentre eles a jornalista Patrícia Lélis, especialista em Política e economia da TV BRASILIA.
“A educação é por si mesma um direito fundamental que deve ser garantido a toda e qualquer pessoa. É, também, um processo que deve estimular o pleno desenvolvimento da pessoa, de suas potencialidades, de valores e atitudes em favor de uma sociedade justa para todas as pessoas e não tão desigual como a que ainda temos”, explica o professor sobre importância do projeto.
Buenaga defende que a relação entre Educação e Direitos Humanos é estreita, uma vez que, além de referendar a Constituição Federal brasileira, determina, como princípio, a defesa da dignidade humana, ao garantir a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
“A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em consonância com esses princípios, determina textualmente que: educar para os direitos humanos é estimular uma prática educativa inspirada nos princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana, com a finalidade do pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, disse.
De acordo com o professor as duas primeiras edição do “Altos Papos” debateram temas como drogas e teve a participação de representantes do Ministério Público, Conselho Tutelar, Polícia Militar, um médico, um psicólogo e um ex-viciado. Na segundo edição foi debatido o tema Racismo, Preconceito e Discriminação.
“Saber respeitar as diferenças é a primeira ação para nos tornarmos pessoas melhores e para uma melhor convivência é fundamental conseguirmos realmente enxergar o outro em todo seu potencial humano e criativo. Quando isso ocorre, propicia-se ao outro sentir-se pertencente e aceito pelo grupo”, avalia o professor.