por Wesley Silas
Segundo o Major Denis Dalla, subcomandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, o acusado Ricardo Pereira Glória esta sendo procurada por descumprir medidas restritivas.
Um Polícia Civil informou que haverá dificuldade de prender Ricardinho por ser um criminoso de alta periculosidade. “Queremos que ele pare de ameaçar esta mulher e ele já foi preso com 30 quilos [de drogas] e já tinha uns 06 homicídios, só que a gente ainda não conseguiu provar nenhum”, disse
Em uma das mensagens repassada pela vítima à PM, Ricardinho teria dito que “antes preferia morrer do que voltar para a cadeia”. Segundo a PM está em liberdade há 10 dias do presídio de Cariri.
Desabafo e reflexão…
Em relato nas redes sociais, o subcomandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, Major Dalla, citou a importância da Lei Maria da Penha na proteção das mulheres sofredoras de violência doméstica, mas que falta ainda alguns ajustes .
“Não são todos, mas dentro do que tenho atendido de ocorrência, percebi que o cara quando passa a agredir a mulher, ele já teria cometido outros crimes. Na última semana foram presos uns que cometeram outros crimes. Ele [Ricardinho] tá roubando, furtando, traficando e algumas vezes matando e, por último, passou a agredir a mulher. Ainda não o conseguimos prender por nenhum dos outros crimes anteriores. Se prende não prova, se prova não fica preso e ele continua agredindo a sociedade e desafiando o Estado. Há em nosso sistema penal, a máxima de permitir que o ladrão fique solto. Só que o preço da liberdade dele é o a vítima ficar presa. Ela não sai de casa e o ladrão continua nas ruas fazendo o que sabe fazer”, desabafou o major comentou sobre normas de encarceramento, que poderiam ser mais severas, porém induzem falhas no sistema do jogo do prende-e-solta e de seus mecanismos jurídicos que permitem o Poder Judiciário soltar marginais presos, deixando criminosos violentos retornarem a conviver livres no meio da sociedade.
“O que percebo durante as abordagens que a cadeia é educativa. Quando o ladrão toma uma cadeia, as quais trago como exemplo, a nossa do Presídio de segurança máxima de Cariri-TO, o ladrão não quer voltar para lá. Isso é bom! Ele não quer voltar porque a cadeia está cumprindo seu papel. Lá dentro não tem telefone, não tem drogas, não tem visita íntima, não tem contato com os presos, tem ordem e disciplina para seguir, sob risco de ampliar sua pena. O ladrão precisa deixar de ser a vítima e ocupar o papel de agressor da sociedade, enquanto o cidadão de bem precisa deixar o papel de omissão e ocupar o papel de vítima”.
Em seguida completou:
“Não podemos aceitar agressão à mulher e o homem achar que ela é sua propriedade. Não podemos aceitar que exista profissão de ladrão. Não podemos aceitar que o criminoso não pague sua pena e permanece em berço esplendido da impunidade. Nós, as autoridades constituídas, temos um poder muito grande sobre a vida das pessoas. Uma decisão nossa pode dar qualidade de vida aos oprimidos. Por tanto, volto exaltar evolução da Lei Maria da Penha que tem sido a carta coringa para derrubar o ladrão. Não podemos agir somente após o homicídio. E gostaria que todas as demais leis evoluíssem para que atendessem a sociedade. Não podemos ser oprimidos por aqueles que só fazem o mal para a sociedade”, concluiu.