por Arimatéia Macêdo
O cristianismo permaneceu forte e exuberante, e quase sem concorrentes por pouco mais de mil anos. Tempo suficiente para crescer economicamente, politicamente, e se afastar intensamente das linhas mestras de seu maior pregador Jesus Cristo.
Por volta do século XI ocorreu o primeiro cisma no cristianismo. E daí surgiram a Igreja Ortodoxa de Constantinopla e a Igreja Católica Apostólica de Roma.
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A Igreja Católica Apostólica Romana continuou se expandindo e nesse crescimento surgiram em suas fileiras pensadores que discordavam das posturas adotadas pela Igreja de Roma.
Entre o século XII e o século XVI d.C. com a consolidação na Europa das idéias dos pensadores católicos reformistas, os quais discordavam da condução de alguns encaminhamentos dentro do Catolicismo, esses levantes culminaram com a Reforma Protestante que deu origem as Igrejas Protestantes ou Evangélicas de nosso tempo.
Dentre esses arautos da nova religião se destacaram Pedro Valdo (1174), John Wycliffe (1500), Matinho Lutero (1517) e João Calvino (1534).
Do século XVI até nossos dias as Igrejas ditas Evangélicas ou Protestantes cresceram de maneira expressiva e se agigantaram a medida que se afastaram da Europa ocupando a América, Ásia e a África.
Com esse crescimento exuberante os Protestantes ou Evangélicos se subdividiram, com o argumento de diferentes interpretações bíblicas. Surgiram então as subdivisões pentecostais, adventistas, presbiterianas, batistas, etc., e passaram a cometer internamente os mesmos crimes responsáveis pelo seu surgimento lá no século XVI, dentre os quais enriquecimento de suas lideranças e envolvimento com o poder público.
No Brasil se destacam atualmente algumas lideranças evangélicas dentre elas o pastor Silas Malafaia representando a Igreja assembléia de Deus, o bispo Edir Macedo respondendo pela Igreja Universal, o bispo RR Soares pela Igreja Internacional da Graça, e o bispo Valdemiro Santiago pela Igreja Mundial. Existem outras lideranças de menor importância. Esse destaque refere-se a patrimônio, e a capacidade de pregação e envolvimento dos evangélicos.
Com os mesmos argumentos de que as Igrejas Evangélicas de hoje estão se desviando dos caminhos propostos pelos reformistas, uma gleba ainda pequena dos Evangélicos estão debandando para as chamadas igrejas células, ou únicas, onde forma-se lideranças de igrejas singulares sem ligação com os grandes conglomerados religiosos onde de certa forma volta-se aos princípios protestantes.
Nessas pequenas igrejas pastores se destacam por pregar o evangelho sem dar ênfase, pelo menos abertamente ao dízimo, nem se preocupar com a presença de políticos nas suas hostes. Os pastores ou dirigentes declaram abertamente a preocupação nesse sentido.
Esse tipo de pregação tem levado uma migração, mesmo que ainda acanhada, das igrejas protestantes tradicionais para essas igrejas ditas independentes.
Apesar da força política e econômica das Grandes Igrejas Evangélicas não se pode esconder que pequenas igrejas independentes com dirigentes desconhecidos nascem quase todo dia. Não se pode aferir quem estar perdendo mais. O que se nota é uma ojeriza aos apelos das ditas Grandes Igrejas Evangélicas por dinheiro, e a sua forte ligação com políticos, muitos deles envolvidos em corrupção. Para essas, surgir igrejas independentes é motivo de preocupação. Significa perda de arrecadação e conseqüentemente diminuição de poder.
Eu creio que um novo modelo de evangelizar está surgindo. Espero que não seja nem parecido com o modelo evangélico vigente. E torço para que seja bom para a sociedade.
Arimatéia Macêdo é médico & escritor
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