Imagina uma nota de R$ 100 mil (cem mil reais) no seu bolso. Em outra proporção no contexto histórico-econômico já aconteceu durante a época da hiperinflação, quando a moeda brasileira era o Cruzeiro. Esta moeda vigorou entre o dia 15 de maio de 1970 e saiu em 28 de fevereiro de 1986 e foi substituído pelo Cruzado em razão da inflação – que no ano de 1988 atingiu quatro dígitos, alcançando o índice de 1.037,6%, piorando no ano seguinte quando aconteceu o congelamento dos preços, no Plano Verão, e a inflação bateu o recorde histórico de 1.782,6% – durante o governo do então presidente José Sarney.
Estes são pequenos fragmentos de valores históricos que podem ser vistos nas paredes do bar do José Cavalcante. Ele administra o bar no Mercado Municipal de Gurupi desde 2002, época quando a inflação chegou ao patamar anual de 12,53%.
“As pessoas vão me dando eu vou guardando. Quando ganhei os primeiros dinheiros foi para mostrar para as minhas netas”, diz José Cavalcante que guarda alguns exemplares de várias moedas que já foram usadas pelos brasileiros desde o final do século XVIII até o momento atual.
Inflação e recessão voltam a assustar os brasileiros
No sábado (20) o jornal Correio Braziliense destacou um fato que tem apavorado os brasileiros que são a junção de uma recessão profunda com alta de preços e desemprego – um desarranjo total na economia. O jornal levou em conta os juros altos, “associados ao arrocho fiscal conduzido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, derrubaram, com mais força, a atividade” e também os reajustes dos preços administrados (luz, água, esgoto) e a disparada do valor dos alimentos no mês de junho – tradicionalmente, é um mês de inflação baixa, próxima de zero.
“Ainda veremos a inflação muito alta nos próximos meses, corroendo o poder de compra das famílias”, afirmou Fábio Silveira, da GO Associados, ao Correio Braziliense.
Para o leitor ter uma noção, na semana passada o IBGE apontou que a inflação acumulada no Brasil durante os últimos 12 meses tinha chegado 8,47% nos últimos 12 meses, considerada a maior desde dezembro de 2003 quando o patamar atingiu 9,3%.