“No Brasil, a indústria midiática sempre colaborou com a propaganda governamental. Isso num sistema presidencialista como o nosso se legitima por meio da troca de favores entre as instâncias de poder em nome dos benefícios para cada um. Alguém conhece o termo: CORONELISMO ELETRÔNICO?”. Emílio Lopes
Emílio Lopes
Na Alemanha nazista a propaganda foi criada sob a chefia de um fiel escudeiro de Hitler, Joseph Goebbels. No Ministério, controlava a imprensa, o rádio, o teatro, os filmes, a literatura, a música e as belas artes. O objetivo de sua propaganda na mídia era convencer os alemães do projeto maior de seu chefe.
Goebbels foi o responsável pela idealização do fenômeno hitlerista. O ministro nazista fomentou as massas com sonhos e ambições direcionados à adoração de um homem (Hitler), que prometia forjar um novo império milenar a partir de Berlim, a capital alemã.
No Brasil, a indústria midiática sempre colaborou com a propaganda governamental. Isso num sistema presidencialista como o nosso se legitima por meio da troca de favores entre as instâncias de poder em nome dos benefícios para cada um. Alguém conhece o termo: CORONELISMO ELETRÔNICO?
![Midia-2 Uma mídia faminta por (R$) e a indústria das inverdades para nós brasileiros Midia-2 Uma mídia faminta por (R$) e a indústria das inverdades para nós brasileiros](http://www.atitudeto.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Midia-2.jpg)
Ocorre que no momento atual, a prioridade do governo tem sido despejar sobre o imaginário do cidadão brasileiro aquilo que para o governo seria o pacote contendo o produto verdadeiro de sua realização. E a quem seria dada essa incumbência, senão à mídia esfomeada por dinheiro?
Desde que assumiu a presidência da república, interinamente, depois definitivamente, o governo Michel Temer elevou, sem qualquer constrangimento, as verbas publicitárias para a grande mídia que produz as manchetes que informam e desinformam a maior parte da população brasileira.
Divulgar ou empreender gastos com a imprensa é algo legítimo. Porém, o aumento dos gastos para veículos como Grupo Globo, Facebook, Twitter, UOL e rede BAND, demonstram o quanto há algo ideológico e interesseiro em que o brasileiro precisa conhecer para não comprar esse produto e imaginar que o país está com a economia e administração em bom estado.
De acordo com o escritor e psicólogo,Pablo Antunes em artigo postado no Observatório da Imprensa, as Organizações Globo receberam mais de R$ 15,8 milhões. No mesmo período, enquanto o governo de Temer se esforça para tornar mais duras as regras de aposentadoria, o UOL recebeu mais de R$ 691 mil, a Folha, mais de R$ 426 mil, somando a apenas essas duas empresas do Grupo Folha uma quantia superior a R$ 1,1 milhão.
Como esse aparato midiático disponível, fica fácil convencer brasileiros de cortes nos gastos governamentais. Nem que para isso tenha que tirar a mídia do vermelho recebendo um serviço eficiente dos veículos. Já do lado do internauta e do leitor, o poder de convencimento fica mais que claro quando estes não procuram entender que somos uma leva de espectadores diante de uma mídia faminta por dinheiro e que parte dessa mesma mídia, nos repassa o pacote de inverdades gratuitas para nós brasileiros.
Emílio Lopes é escritor, professor, e atua na academia de Letras de Gurupi