O empresário e médico veterinário, Marcelo Dominici, comenta ao Atitude Tocantins sobre aprovação da Lei nº 3.267 reduzir a alíquota do ICMS para a venda de gado vivo a outros Estados da Federação dos atuais 7% para 4%.
Por: Philipe Ramos
O empresário e médico veterinário, Marcelo Dominici, afirmou que o Tocantins tem um excedente de 1,5 milhão de animais. Ele defende a redução de impostos.
“Temos que ser competitivos em todos elos da cadeia. O aumento dos tributos nos coloca em situações de desigualdade com relação aos outros estados. O reajuste de tributos incita o contrabando e a fuga tributária, isso é fato!”, afirmou Marcelo.
“Quanto a tributação de animais vivos, outros estados “fornecedores” baixaram a alíquota e reajustaram negativamente valores de pautas fiscais, a exemplo do Pará, Rondônia e Mato Grosso! O próprio estado de Goiás, nosso vizinho e grande tomador de nossa produção, e mesmo sendo um grande comprador de animais vivos reviu as pautas e alíquotas do segmento”, explicou o médico veterinário.
Ele pondera alguns dados. Segundo o veterinário, o Tocantins está em oitavo lugar no ranking brasileiro em volume de animais abatidos com um rebanho de 8 milhões de bovinos. São abatidos cerca de 1 milhão de animais por ano em abates oficiais (com algum serviço de inspeção).

“Do total de 8 milhões de cabeças, estima se que 4 milhões são matrizes em Reprodução! Dessa forma, colocando o índice de 65% de desmama de bezerros (índice muito baixo que está crescendo) temos entre machos e fêmeas 2,6 milhões de nascimentos que serão no mínimo 2,5 milhões de animais a serem abatidos em anos sucessivos e recorrentes num rebanho estabilizado. Ora, se abatemos 1 milhão e temos 2,5 milhões de nascimentos temos um excedente de 1,5 milhão de animais”, informou.
Marcelo também refletiu sobre o consumo de carne bovina. “No estado, temos 1,6 milhões de habitantes. O consumo brasileiro está em 28 kg de carne por habitante por ano. Levando em conta consumo brasileiro, temos no estado do Tocantins um consumo estimado de carne bovina de 45 mil toneladas! Sabendo que uma arroba (carne com osso) tem 70% de carne limpa, consumimos portanto, 320 mil cabeças, entre machos e fêmeas com carcaça média de 14@”, disse.
“Então, consumimos menos de 1/3 do volume abatido. Temos um excedente enorme de produção de carne, hoje na ordem de 700 mil cabeças ou 160 mil toneladas de carcaça”, complementou.
Segundo o veterinário, os dados mostram a dependência do Tocantins de mercados compradores externos tanto de carne como de animais vivos. “Entendo, que não é justo represar volumes de animais a fim de serem abatidos, pois o mercado consumidor não absorve e não tem indústrias que tem liberações e permissões oficiais para isso! Da mesma forma, diante da dependência do consumo do excedente é sensível é necessário a condição tributária paras indústrias escoarem vossa produção”, defendeu.