Por Wesley Silas
Em entrevista ao Portal Atitude, a diretora técnica do Sebrae Tocantins, Eliana Castro, comentou sobre o desafio de se afastar do cargo para se dedicar a sua pré-campanha a deputada federal, ocasião em que ela fez exposição da sua plataforma e projetos políticos voltado para o segmentos produtivo envolvendo todas as classes sociais.
Desenvolvimento territorial através dos pequenos negócios
A diretora técnica do Sebrae Tocantins, Eliana Castro, tem na sua história a defesa dos pequenos negócios como um meio de libertação econômica e social. Desde o ano de 2007, Eliana desenvolve projetos em parceria com o Sebrae no Sul do Tocantins e em 2019 passou a fazer parte da diretoria.
“Defendo desenvolvimento territorial que hoje é feito pelos pequenos negócios MEI, ME e EPP. Essas empresas precisam de políticas públicas para que possam crescer tal como as grandes empresas, porque os pequenos são os responsáveis pela maioria dos empregos e da geração de renda. Elas não têm crédito ou incentivo fiscal como as grandes. Além disso, elas fazem parte da cadeia de valor das grandes empresas, por isso a importância de fomentar o desenvolvimento dos pequenos negócios. Por exemplo, não existe uma grande empresa no agronegócio sem a presença de um mecânico ou vendedor de peças”.
Empreendedorismo Feminino
Ao resolver se afastar do Sebrae para concorrer um cargo eletivo na Câmara Federal, ela diz que escolheu o Partido Progressista pelas bandeiras defendidas voltadas ao desenvolvimento sustentável do país, bem como diminuição da desigualdade social.
“Defendo o Empreendedorismo de uma forma geral e principalmente o feminino. Mais de 50% das mulheres que são donas do seu próprio negócio têm uma jornada de desafios que, muitas vezes, não é reconhecida ou valorizada pelas políticas públicas, como, por exemplo, as de acesso ao crédito facilitado. Sabemos que elas são melhores pagadoras, porém o crédito ainda é escasso. Em geral essas mulheres são chefes de família, têm filhos que dependem do cuidado, atenção e do sustento, além do papel que elas exercem na educação deles. Esse é um contexto muito peculiar no modelo de vida da mulher no nosso país, e no Tocantins não é diferente. Por essa razão, as políticas públicas de desenvolvimento do empreendedorismo feminino devem ser construídas de maneira singularizada das outras políticas de incentivo ao empreendedorismo”.
Educação empreendedora
No dia 01 de junho de 2022 uma pesquisa feita pelo Sebrae e pelo Canal Futura, em parceria técnica com a Plano CDE, mostrou que, pelo menos 56% dos professores de educação básica ainda não tentaram aplicar educação empreendedora em sala de aula. Vale lembrar que o ensino infantil e fundamental do empreendedorismo se encontra desde o ano 2019 e para o ensino médio em 2022. Para romper as barreiras, Eliana Castro, defende maior empenho do poder público para aplicar o que está previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
“Essa é uma bandeira pouco levantada ou reconhecida pelas políticas públicas dos atuais representantes. Defendo a educação empreendedora para crianças jovens e adolescentes, precisamos ter um pensamento da educação além do modelo tradicional de ensino e que envolva políticas de incentivo ao empreendedorismo na escola. Além de formá-los em várias áreas essenciais para nossa sociedade, o que já é feito, o jovem precisa ter a mentalidade empreendedora. E é possível e essencial desenvolver isso na escola. Ainda mais no nosso Estado, que a mentalidade para o funcionalismo público ainda é muito forte. É uma barreira que precisa ser quebrada”, defende Eliana Castro e lembra ainda que apenas um, entre 04 professores, conhecem o tema, conforme levantou pesquisa feita pelo Sebrae e Canal Futura.
Inclusão produtiva
A Inclusão Produtiva encontra-se presente nos municípios, Estados, governo Federal e iniciativa privada, mas ainda há resistências de muitas famílias que vivem reféns de programas sociais e precisam de reais condições para transferências de renda em momentos de dificuldades, como aconteceu com a pandemia da Covid-19 e outros fatores naturais.
“Defendo a inclusão produtiva daqueles que estão em situação de vulnerabilidade econômica. Acredito que só através de políticas públicas, que envolvam Estado e Instituições Privadas, é possível incluir pessoas em situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho, diminuindo a exclusão social e aumentando a produtividade do nosso Tocantins”.
Agronegócio e o turismo
Projeto não faltam na carta da manga de Eliana Castro com bandeiras que oportunizam as vocações e potencialidades do estado do Tocantins como o agronegócio e turismo.
“A grande empresa que movimenta o Agro precisa de incentivo local para industrialização e escoamento da sua produção. O turismo precisa ser formatado em produto, rota e essa cadeia de pequenos negócios depende de políticas públicas para o fomento e a profissionalização desses produtos. Todas essas Bandeiras se fundem em uma única, o Empreendedorismo”, arremata Eliana Castro.