Como foi mostrado nos veículos de comunicação, inclusive neste, nas eleições passada o deputado Estadual Mauro Carlesse (PTB) fez uma campanha independente, com recursos próprios e não participou do palanque do candidato ao governo da sua coligação, Sandoval Cardoso (SD). Agora eleito, Carlesse quer fazer uma posição independente da Assembléia Legislativa sem oposição sistemática ao Governo de Marcelo Miranda (PMDB), o que diverge do seu colega de legenda, deputado Eduardo Siqueira Campos (PTB) devido ao contexto histórico-político do Estado. Em comum os dois estão na mesma sigla que se alinha com o DEM para uma fusão e num futuro próximo o PTB poderá ser comandada, no Tocantins, pela deputada federal Dorinha Seabra (hoje-DEM), também oposição ao Governo de Marcelo Miranda.
Na política nacional, o maior entrave desta fusão é devido o PTB ter Armando Monteiro no comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e no Congresso Nacional a maioria da bancada desta sigla vota com o governo, enquanto a maioria da bancada do DEM é oposição ao governo Dilma.
No início desta semana, uma reunião executiva nacional do DEM decidiu, por 21 votos a 4, dar prosseguimento às conversas com o PTB sobre uma possível fusão, mesmo com declarações contrária do senador Ronaldo Caiado (DEM), que considerou em nota que fusão como o “maior antagonismo da história política brasileira” pois, segundo ele, representaria o enterro da direita na política brasileira, mostrado em um artigo do jornalista Marcus Vinicius do jornal Diário da Manhã em que ele aponta que, caso se concretize, o senador Ronaldo Caiado poderá se filiar ao PMDB, confirmando sua opção por desenvolver com os peemedebistas um projeto para sucessão estadual em 2018.
Vale lembrar que no caso de fusão entre partido o sistema eleitoral brasileiro, permite o desligamento dos parlamentares sem correr o risco de cair na infidelidade partidária, como são nos casos dos novos partidos e extinções de agremiações.
Reforma Política
A reforma política que prevê mudanças como o fim do financiamento de empresas nas campanhas eleitorais é um dos assuntos mais pontuais nos debates e conta com pressão popular e de entidades de peso como Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e se levar em conta a operação Lava Jato, os políticos agora buscam fazer as pazes com as urnas com atitudes voltadas à moralização da política do país.
A primeira mudança que já foi aprovada no Senado no mês passado é o fim de coligações em eleição para deputados e vereadores que não permitirá mais a união de partidos nas eleições que traía a vontade do eleitor e as convicções ideológicas partidária e os mais prejudicados serão os partidos pequenos e candidatos de grandes partidos e sem respaldo eleitoral.
Diante desse quadro, cito casos que aconteceram em Gurupi , quando nas eleições de 2012, o candidato a vereador,Jair da Prefeitura (ex-PV hoje PSD), que disputou pelo PR (Coligação PR / PV / PSD), foi quinto mais bem votado, mas não assumiu. Neste mesmo partido e coligação teve Gleydson Nato como o segundo mais votado e Wanda Botelho (hoje-SD) na quarta posição entre os mais votados, mas, hoje a sigla republicana de Gurupi só conta com o vereador Gleydson Nato (PR). Outros candidatos prejudicados que não foram eleitos e poderia ser, caso não houvesse coligação proporcionais, seriam Deuza Ribeiro (ex-PRTB), Ronaldo Banco de Sangue (DEM) e Mirian Lustosa (PMDB) que fez parte da coligação (PP / PMDB / PSL / PTN / DEM) e teve 701 votos e não foi eleita; enquanto a coligação (PT / PSB / PC do B) elegeu o vereador Lêca na 20ª posição com 615 votos, das 13 vagas oferecidas.
Agora, quando se fala em fortalecimento das siglas partidárias em Gurupi visando às eleições de 2016, o PSB, do prefeito Laurez Moreira, sai na frente devido sua influencia e do anúncio de novos filiados que deixaram partidos da oposição; ao tempo que o conservador PMDB consegue manter suas bases em Gurupi, apesar de continuar dividido entre o grupo da ministra Kátia Abreu, que comanda o partido no Estado, e o grupo do governador Marcelo Miranda que tem a deputada Josi Nunes com a maior liderança no Sul do Estado. O PT ainda se recupera das perdas que teve nas eleições passadas quando quase todo diretório foi destituído por rebeldia em não apoiar a candidatura do governador Marcelo Miranda (PMDB). Já o PR, PSDB, PV, PRÓS, PPS, PDT, PP, PSD e SD encontram-se, no momento, anestesiados e muitos deles esvaziados em números de filiados; mas, ensaiam encontros para atrair novas filiações e candidatos para fortalecer as siglas para que na eleição proporcional (vereador) de 2016 consigam atingir o coeficiente eleitoral.
No contexto nacional, dos 513 deputados eleitos para a Câmara dos Deputados nas eleições passadas, apenas 32 atingiram o quociente eleitoral, os restantes foram “ajudado” por votos recebidos pelos colegas de partido ou de coligações, o que não acontecerá nas eleições de 2016 das disputas dos cargos legislativos municipais.
“O eleitor vota em um partido, na legenda ou em um candidato e acaba elegendo candidato de outro partido”, resumiu a socióloga Maria Victoria Benevides em uma matéria sobre reforma política publicada no G1.
Prefeitos terão que passar o cargo para seus vices:
Já a PEC 48/12, de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS), aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado trata do afastamento de prefeitos, governadores e presidente, caso queiram renovarem seus mandatos nos exercícios dos cargos e deverão se afastarem dos seus postos até seis meses antes das eleições. Essas novas regras entram em vigor um ano após a promulgação da mudança na Constituição. Ou seja, se a emenda for incluída no texto constitucional ainda em 2014, os prefeitos candidatos à reeleição, em 2016, terão de se afastar do cargo quatro meses antes da votação, o gera uma confusão em muitos municípios onde os vices estão dessintonizados com os prefeitos, como é o caso de Formoso do Araguaia, onde o vice Bonanza rompeu com o prefeito Wagner da Gráfica e poderá se deliciar com a reforma política e, como dizia a personagem de Chico Anízio, muito vices poderão ter suas “vinganças saramalignas”.