Na entrevista a senadora Kátia Abreu (PMDB) falou sobre visitas as lideranças locais e regionais do Estado, sobre o desgaste político que os candidatos enfrentam e também sobre aproximação de lideranças estadual para compor a chapa majoritária nas eleições de 2018. “Eu tenho conversado com todas as pessoas e já procurei o ex-governador Siqueira Campos, o prefeito de Palmas Carlos Amastha, o prefeito de Araguaína, o prefeito de Gurupi, Laurez Moreira; os prefeitos de Porto Nacional e de Paraíso para falar sobre esta motivação. Também já procurei o presidente da Assembleia, Mauro Carlesse e os deputados estaduais, quase na sua totalidade para comunicar e debater sobre 2018”, disse a senadora.
por Wesley Silas
A primeira pergunta feita à senadora Kátia Abreu (PMDB) foi em relação as dificuldades que os políticos terão nas eleições de 2018 de convencer os eleitores, em um momento de crise moral na política e econômica que o país e o Tocantins enfrentam.
“Então, este pessimismo está causando uma depressão emocional nas pessoas que é preocupante. Agora, cabe a nós, líderes políticos, apesar do momento da imagem ruim que a classe política enfrenta hoje, temos que insistir porque todas as soluções a gente querendo ou não, sempre passará pela política. Então, não podemos nos afastar; mas, aproximar e tentar modificar o modus operandi porque se não estivermos agradando a população temos que criar uma situação para que isso seja modificado. Temos que usar a transparência e conversar com as pessoas, reconhecer a crise, saber do que está acontecendo, dizer que estamos conscientes de tudo isso e procurar um novo caminho”, afirmou a senadora.
“Deixando o nível nacional que está colaborando com a depressão aqui no Estado, vamos focar no Tocantins. Se nós considerarmos os últimos 10 anos, desde o segundo mandato do Marcelo Miranda aonde começou o risco da cassação até agora, chegaremos a conclusão de que não tivemos governo com foco, com projeto, com planejamento e com obras. Nós tivermos uma sucessão de pessoas, de políticos, que estavam sempre lutando pela cadeira em eleições interrompidas, pois teve a interrupção do mandato do Marcelo que levou o mandato do Gaguim em dois anos, que elegeu o Siqueira, que renunciou dois anos depois, que veio o Sandoval que tentou de novo uma reeleição e veio o Marcelo Miranda que, infelizmente, não está bem no ponto de vista administrativo e o Estado está numa falência de gestão e financeira horrorosa. Então, se nós juntarmos todos esses anos isso dá uma década que o Tocantins paralisou e não temos nenhuma luz no fundo do túnel. Talvez o governador esteja até se esforçando para isso, mas não está repercutindo na população”.
A senadora considerou ainda que os políticos do Tocantins devem criar novas perspectiva de poder tendo como foco um projeto de desenvolvimento.
“Precisamos fazer uma interrupção brusca nesta busca de poder e de cadeira para governar o Estado do Tocantins. Precisamos dar às pessoas um norte pois é isso que se espera de um líder seja no Estado e no município para que ele lidere um processo de desenvolvimento e de evolução da sociedade. Precisamos evoluir, especialmente, dando uma zerada no jogo porque em uma década de disputa política acirrada a máquina pública foi inchando em função desses objetivos políticos. Sem querer analisar o certo ou o errado, o Estado se concentrou em eleições”.
Candidatura
Para fortalecer laços pessoais e passar a mensagem da intenção de candidatura ao governo do Tocantins, a senadora tem mantido conversas com lideranças e marcando presença em diversas cidades, seja em visitas as Exposições Agropecuárias de Arrais, Formoso do Araguaia, Paraíso do Tocantins ou a lideranças de cidades polos, como Gurupi.
“Nesta primeira fase nós temos que conversar com os líderes e, quanto eu digo líderes, não são apenas as pessoas com mandato, mas de igrejas, escola e comércio. Então, estou fazendo a primeira etapa de comunicação da minha intenção de candidatura, pois eu acho que uma atitude de respeito às pessoas são estas informações para que os líderes e formadores opinião não fiquem sabendo apenas pelos blogs ou pela televisão. Eu quero que eles ouçam de mim a minha intenção e estou fazendo um corpo-a-corpo com estes líderes que tocam o Estado, que são as pessoas da classe política, do comércio, trabalhadores, as escolas, os professores porque são este povo que tocam o Estado”, disse.
Kátia Abreu considerou ainda que tem mantido conversas com os principais líderes políticos do Tocantins.
“Eu tenho conversado com todas as pessoas e já procurei o ex-governador Siqueira Campos, o prefeito de Palmas, Carlos Amastha; o prefeito de Araguaína, o prefeito de Gurupi, Laurez Moreira; os prefeitos de Porto Nacional e de Paraíso para falar sobre esta motivação. Também já procurei o presidente da Assembleia, Mauro Carlesse, os deputados estaduais, quase na sua totalidade para comunicar e debater sobre 2018”.
Em resposta aos resultados das conversas, a senadora avalia que “a maioria ainda estão frio em relação ao tema porque é uma sucessão de decepções. O deputado estadual, especialmente, fica muito prejudicado quando o governo não atua porque ele atua nas suas bases e cobra do governo ações, mas, como ele vai na base e não consegue fazer o governo reagir eles levam um desgaste que não é deles por não conseguirem realizar nada na base por falta de resposta do governo”.
“Você sente da classe política um abatimento geral, que eu não me excluo dele; mas, temos que reagir, não em torno da Kátia, mas de pessoas que estão dispostas a transformar o nosso Estado e fazer uma revolução positiva nele para que ele possa tomar o espaço para que ele foi criado”.
Exemplos de gestão
Contudo, Kátia Abreu diz estar buscando novas experiências que poderão ser implantadas no Tocantins.
“Estou viajando para fora do Estado para conhecer experiências positiva e, estou fazendo quase aula em Porto Alegre (RS) na Santa Casa de Misericórdia que é considerada uma das melhores gestões em saúde pública da América Latina e eles têm muito a nos ensinar. Na área de segurança público Santa Catarina é uma referência e o governador é um querido amigo e já foi senador comigo e vai me receber para conhecer este sistema. Nós precisamos ver o que está funcionando e tentar adaptar ao nosso Estado”.
Estado
Conforme a senadora, a situação econômica do Tocantins não está tão crítica como outros estados da federação. Para ela, falta gestão para aproveitar melhor as potencialidades que o Estado possui.
“Eu quero dizer para o nosso povo do Tocantins que o nosso estado não está nas condições do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e de Minas Gerais que são estados que estão, literalmente, quebrados, como se fosse uma empresa na falência total. O Tocantins não está nestas condições ainda e nós somos como se fossemos uma empresa grande cheia de paredes com prateleiras vazias. É como se fossemos uma grande propriedade rural sem um pé de soja, sem um pé de milho ou uma vaca. Temos a riqueza natural e não estamos produzindo. Estamos em uma situação terrível, mas o Tocantins é um Estado que tem todas as condições de prosperar e para isso precisamos de um governo com responsabilidade e que venha quebrar paradigmas e que não se conforme corrupção, com má administração e com a falta de sentimento de urgência”, disse.
“Eu fui ministra da Agricultura e percebi que o serviço público padece do sentimento de urgência e da pressa de fazer as coisas no público assim como é no privado – que faz tudo muito rápido para não poder perder dinheiro. Enquanto, o resultado do político é social e devemos acabar como conceito de deixam tudo para depois com justificativas de que todos os dias morre gente nas filas dos hospitais, que remédio falta em qualquer lugar e cirurgias atrasam mesmo. É uma comodidade que irrita a população que quer um governante que age rápido porque só não tem jeito é para morte”, concluiu a senadora.