O pedido de impeachment do prefeito de Lagoa da Confusão, Nelsinho Moreira, pela Câmara de Vereadores tem provocado um verdadeiro quiproquó na cidade com entrevista polêmica e protesto do prefeito em frente a Câmara Municipal que desagradou os vereadores, todos da oposição, que emitiram uma Nota de Repúdio.
por Wesley Silas
A repercussão da suspensão Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ) da votação do impeachment que estava como certo a cassação do prefeito de Lagoa da Confusão, Nelsinho Alves Moreira (PRB), desencadeou em uma série de controvérsia dos mandatários do poder em busca do apoio da opinião pública.
Sério, mas irônico, o prefeito Nelsinho Moreira aproveitou a decisão do TJ para protestar, veladamente, na frente da Câmara Municipal e pedir para os vereadores trabalharem em prol da população.
“Anunciaram na cidade, chamaram a população toda para poder vir assistir a cassação do prefeito e, como eu fui intimado e sou obediente eu vim aqui, mas infelizmente cheguei aqui e está deserto”, disse o prefeito. Com um papel na mão ele disse que estaria pronto para prestar qualquer esclarecimento sobre o episódio do pedido de seu impeachment e mandou um recada aos vereadores para que eles o fiscalizem, mas não de forma exacerbada. “Gostaria de convoca-los e chama-los para o debate para gente começar a trabalha em prol da população e eu nunca deixei de trabalhar”, disse.
“Fui convocado e não tem ninguém aqui e não sei porque. Fica o meu apelo para gente trabalhar em prol da nossa sociedade é foi para isso que eles foram eleitos”, Nelsinho Moreira.
Repúdio
Em contraposição, o presidente da Casa de Leis, vereador Homario Lopes da Silva, condenou as “manifestação descabidas” do prefeito em uma nota de Repúdio. A nota diz que o prefeito estaria “cercado de funcionários comissionados e de partidários políticos” na porta do Poder Legislativo “dando a entender que estaria ali para participar da sessão de julgamento de cassação do prefeito, sendo que a mesma, já havia sido cancelada no dia anterior por decisão monocrática do Tribunal de Justiça do Tocantins”.
Para o presidente da Câmara as pessoas que acompanharam o prefeito seria uma “plateia arranjada” e que o prefeito teria providenciado “que tal ação deprimente fosse registrada em vídeo, que foi devidamente espalhado nas redes sociais, com o intuito de colocar a população lagoense contra os vereadores, onde foram entrevistadas, pessoas ligadas ao mesmo por vinculo familiar”.
Conforme a nota, a presença do prefeito em frente a Câmara teve o intuído de desafiar os vereadores.
“Durante todo este processo, que já dura mais de um ano, em momento algum, nenhum vereador, esteve na sede da Prefeitura Municipal, gravando vídeos ou entrevistas com o intuito de desafiar o Prefeito Municipal”.
Entenda o caso
O processo de impeachment contra o prefeito foi aberto pela Câmara de Vereadores em 15 de agosto do ano passado, após denúncia protocolada por três eleitores do município, onde se apontou gastos excessivos com a contratação de dois escritórios de advocacia, que totalizavam um gasto mensal de R$ 60 mil, ou seja, R$ 720 mil por ano.
Segundo o TJ o processo ficará suspenso até o julgamento final do recurso judicial. “Desse modo, acredita ser “ impositivo o trancamento liminar da Comissão, a fim de manter suspenso os autos e todos os atos da Comissão de Investigação e Processamento, inclusive a sessão de julgamento marcada para o dia 23/10/2019, com o trancamento do procedimento investigatório, até o julgamento final do presente mandamus, ou até que os autos sejam baixados para o Juízo de primeira instância, para que profira nova decisão de mérito”. relata a nota do TJ.