Médicos de vários hospitais e clínicas do interior do Tocantins denunciam que até o momento não receberam, via Correios, as cédulas para votar na eleição do Simed (Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins). O pleito será realizado nesta terça-feira, dia 31. Em Palmas a votação será por urna eletrônica. Porém, profissionais do interior votam por Correios. E o resultado só será conhecido uma semana depois.
O candidato à presidência pela chapa 2 “Responsabilidade Classista”, Hugo Magalhães, 34, apresentou no início da tarde desta segunda-feira, 30, cópias de mensagens de médicos que se dizem “desesperados” pelo fato de não terem recebido ainda a cédula.
“São várias mensagens de diversas partes do Estado. O preocupante é que alguns médicos dizem que outros colegas receberam. Por que isso? Tem coisa estranha aí”, afirmou Hugo. “Pedimos que a direção do sindicado nos mostrasse a relação dos nomes dos médicos para os quais eles mandaram as correspondências, mas nos foi negado”, complementou o candidato.
Em uma das mensagens apresentadas por Hugo Magalhães, um médico da região centro-norte do Estado diz o seguinte: “O interessante é que para uns aqui de Pedro Afonso já chegaram as cédulas e para outros, não!”.
Outro médico, de cidade próxima a Palmas, disse estar “preocupadíssimo” com a situação. Hugo Magalhães fez questão de preservar a identidade dos colegas. “São muitas outras mensagens que nós recebemos”, comentou.
VOTAÇÃO POR CARTA
Conforme o regimento eleitoral e o estatuto, há duas formas de votar na eleição. O voto presencial, que será feito em Palmas, na sede do Simed e pelos Correios. O universo de eleitores é de aproximadamente mil médicos sindicalizados. Só votam os profissionais que estão adimplentes com o sindicato.
Hugo Magalhães participou na tarde desta segunda-feira, 30, de uma reunião da comissão eleitoral. Ficou definido que serão aceitos votos de cartas que chegarem até o próximo dia 7, até as 17h. A apuração começará a ser feita uma hora depois. “O resultado só será conhecido uma semana depois”, criticou Hugo Magalhães.
O candidato da chapa 2 criticou o fato de o Simed manter o voto por Correios. “Estamos na era da internet e não é aceitável voto pelos Correios. A eleição corre riscos”, disse. Ele também condena a logística e a confecção das cédulas.
“A eleição é cercada de fatos estranhos. Primeiro, tivemos de recorrer à Justiça para ter o direito de participar. Agora, na reta final, temos as informações que as cartas chegaram ao interior apenas para alguns colegas, não todos. As cédulas são cópias da original e são confeccionadas num quarto, na sede do sindicato. Trata-se de uma eleição arcaica, sem transparência e tumultuada”, comentou.
Outro ponto polêmico é o fato de os médicos inadimplentes estarem tendo dificuldades para quitar o débito e votar. “Não estão facilitando para que os colegas possam participar. Ao contrário, estão prejudicando ao não aceitar, por exemplo, renegociação de débitos.”
PREJUÍZO DE R$ 65 MIL
O candidato Hugo Magalhães comentou também o fato de a gestão atual do Simed estar descumprindo decisão judicial, que já ocasionou multa de R$ 65 mil ao sindicato. “Decisão judicial se cumpre. Esse é o primeiro ponto. E o segundo: esse prejuízo que a gestão causa de R$ 65 mil, que vai aumentar, é de dinheiro do médico, do sindicalizado. Ou seja: parte da anuidade, que deveria servir para retornar em benefícios para a própria classe, será usado para um fim que não terá retorno”, finalizou.