No final da tarde deste domingo, 27, e com a frase “Somos todos caminhoneiros”, milhares de gurupienses saíram a pé e de moto, carro, caminhões e tratores do Centro da cidade em direção a BR-153 onde estão os caminhoneiros que buscam negociar com o Governo Federal redução do preço do diesel e eliminar a cobrança do pedágio para os eixos suspensos dos caminhões em todo o país.
por Wesley Silas
Os gurupienses promoveram um ato solidário histórico em defesa da manifestação dos caminhoneiros que estão paralisados desde às 11h da última segunda-feira, 21, nas margens urbana da BR-153 e nos postos de combustíveis, contabilizando, aproximadamente, 930 caminhões em Gurupi.
“Eu acredito que tinha mais de duas mil pessoas e o povo está sensibilizado com a causa que é de todo mundo e um combustível caro demais ninguém aguenta”, disse um dos colaboradores do movimento, Paulo Abreu.
Durante todo ato ficou claro, que as manifestações em Gurupi assim como em todo Brasil, não são apenas em solidariedade com a causa dos caminhoneiros, mas, demonstram um despertar da sociedade para problemas como corrupção que tem como raiz a impunidade em um país que tem registrado em sua história infinidade de políticos (protegidos por partidos mafiosos) afundados em denúncias de desvio de dinheiro público. O curioso é que, apesar dos protestos ocorridos nos últimos anos, a maioria continua livre e, alguns, já voltaram ao poder, enquanto outros buscam permanecer no poder para continuar assaltando os cofres público. Por estas razões necessita que esta consciência cidadã permaneça com as luzes sempre alertas antes e pós-eleição, principalmente, num momento em que o Tocantins terá duas eleições, sendo a primeira no dia 03 de junho e a outra em outubro deste ano.
Fechamento do Comércio
Outro movimento marcado para acontecer em Gurupi será o fechamento das portas de alguns comércios da cidade.
“O Jaime Xavier está buscando sensibilizar algumas empresas a fechar as portas no período da tarde e se não tiver tempo para mobilizar os comerciantes deverá fechar na terça-feira”, disse Paulo Abreu.
Redução de ICMS
Comentou também sobre a importância da desoneração do ICMS do combustível, conforme foi noticiado pelo Governo do Tocantins na semana passada, passando de 15% para 12% o ICMS.
“Se o governo do Estado reduzir o ICMS ajuda também e o governo do Rio de Janeiro reduziu para 12% e se o governo do Tocantins reduzir também melhora porque hoje é cobrado no Tocantins 15% e só não subiu porque o governo do Marcelo Miranda perdeu o prazo e ai ficou diferente de Goiás que é cobrado 16,5%”, disse Paulo.
Reivindicações
Sem acordo em Brasília, o governo Federal chegou a noticiar neste domingo diminuir o preço do litro de óleo diesel em R$ 0,46 na bomba, sem autorizar a continuação deste desconto por 60 dias e propôs a eliminação da cobrança do pedágio para os eixos suspensos dos caminhões em todo o país.
“A proposta do governo é de reduzir 10% no preço do dieses por 60 dias e não cobrar pedágio para os eixos erguidos dos caminhões, mas os caminhoneiros estão achando muito pouco no percentual e no prazo porque tem que ser definitivo, pois 60 dias não vai resolver nada por 53% do preço do combustível é imposto”, disse Paulo.
Diante a pressão e aos prejuízos, ele disse que acredita que o Governo Federal possa entrar em acordo com os caminhoneiros no início desta semana.
“Eu acredito que não deva passar da terça-feira este movimento e acho que até segunda a noite porque não é possível que este governo não dá conta de resolver tudo isso”, disse.