por Redação
“Tendo como referência a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, assim como a Lei Brasileira de Inclusão, entendemos que a deficiência é um conceito em evolução e é composta pela interação de três dimensões principais: os impedimentos, as barreiras e as restrições de participação dessas pessoas quando comparamos com o restante da população. E à medida que a população vai envelhecendo, impedimentos vão surgindo, como, por exemplo, menor acuidade visual, auditiva ou motora. Isso explica o alto percentual de idosos com deficiência”, afirmou a analista da pesquisa Maíra Lenzi.
De acordo com a pesquisa, cerca de 71,9% dos tocantinenses de 18 anos ou mais de idade com deficiência (97 mil pessoas) não tinham instrução ou tinham somente o fundamental incompleto, 10% (14 mil) tinham completado o ensino fundamental ou tinham o médio incompleto, 13,3% (18 mil) tinham o ensino médio completo ou superior incompleto e apenas 4,5% (6 mil) concluíram o nível superior.
“Há estudos que mostram a dificuldade que essas pessoas têm no acesso à educação desde o início de seu percurso acadêmico, seja pela falta de acessibilidade ou de tecnologias assistivas, seja pela falta de preparo das escolas para lidar com a diversidade em salas de aula. A educação é um direito da pessoa com deficiência. Daí a importância desses dados para contribuir para formação de políticas públicas adequadas para as pessoas com deficiência”, ressaltou a analista.
A inclusão no mercado de trabalho também é diferente para pessoas com deficiência. Da população com deficiência em idade de trabalhar, cerca de 137 mil, apenas 31,4% (ou 43 mil) estava ocupada em 2019, no estado. A pesquisa apontou que o baixo nível de ocupação dessa população pode estar relacionado à menor participação na força de trabalho. Somente 33,6% dos deficientes com idade acima de 14 anos estavam ocupados ou desocupados, mas procurando trabalho. Já 65,7% (90 mil) estavam fora da força de trabalho.
Paternidade
A PNS 2019 – Ciclos de Vida pela primeira vez apresentou indicadores sobre a fecundidade dos homens. No Tocantins, 64,5% dos homens com 15 anos ou mais de idade já tinham pelo menos um filho. A paternidade varia conforme o grupo etário do homem. Entre os jovens tocantinenses de 15 a 29 anos, 23,4% eram pais; enquanto na faixa de 30 a 39 anos esse percentual era de 70,4%; entre 40 a 59 anos era 85,8% e com 60 anos ou mais alcançou 91,1%.
O número médio de filhos também foi alvo da pesquisa. No Tocantins, os homens acima de 15 anos tinham em média 2,1 filhos – número acima do índice nacional, que registrou média de 1,7, e o maior da Região Norte. As unidades da federação em que homens tinham em média mais filhos foram Alagoas e Maranhão, as duas com índice de 2,2. O Tocantins ficou na terceira posição, empatado com Piauí e Bahia.
Outro ponto observado em relação à paternidade foi a idade média do homem no momento do nascimento de seu primeiro filho. Considerando todas as faixas etárias, os homens tocantinenses tinham, em média, 24,4 anos quando foram pais pela primeira vez. No Norte, os homens, em média, tiveram o primeiro filho mais cedo (24,3 anos), enquanto no Sudeste, a média de idade foi a mais elevada (26,6 anos).
Saúde da mulher
Neste volume, a PNS também investigou aspectos específicos da saúde da mulher. Conforme a pesquisa, estima-se que 75,4% das mulheres tocantinenses entre 25 e 64 anos realizaram o exame preventivo para câncer de colo de útero, também conhecido como Papanicolau, há menos de três anos da data da entrevista. O Tocantins apresentou o menor percentual da Região Norte e situou-se abaixo da média nacional (81,3%).
A proporção de mulheres tocantinenses de 50 a 69 anos que haviam feito mamografia há menos de dois anos foi de aproximadamente 44,2%, em 2019. Os dados mostram que esse indicador também ficou abaixo da média nacional (58,3%), por outro lado, foi o segundo melhor da Região Norte, perdendo apenas para o Amazonas (51,5%).
Em 2019, no Tocantins, 81,1% das mulheres de 15 a 49 anos que eram sexualmente ativas disseram usar algum método de esterilização para evitar filhos. Esse foi o maior percentual da Região Norte e superou a média nacional (80,5%). A pesquisa aponta que a utilização de métodos contraceptivos aumenta conforme a faixa etária. Entre as tocantinenses mais novas, de 15 a 24 anos, o percentual era de 73,2%; para as mulheres entre 25 e 34 anos, 82,2% e para o grupo mais velho, de 35 anos ou mais, 85,8%.
Quanto aos métodos contraceptivos utilizados, o levantamento apurou que 31,5% das mulheres tocantinenses sexualmente ativas tinham feito a laqueadura ou contavam com a vasectomia do parceiro; 7,9% usavam a injeção; 35,5%, pílula anticoncepcional e 19,2%, camisinha masculina.