da redação
A investigação, conduzida pelo delegado Eduardo Menezes, apontou que o crime ocorreu dentro do contexto de disputa de poder entre facções criminosas e que os autores eram soldados importantes da facção à qual pertenciam e que tem ramificações por todo o país.
“Essa dupla de criminosos recebeu a missão de atentar contra a vida de um membro de uma organização criminosa rival. Charles, que era usuário e comprava drogas com ambas facções, tomou conhecimento desse plano de morte e resolveu alertar o traficante, do qual também era cliente, sobre tal movimento de emboscada contra ele. Esse alerta foi entendido como um ato de traição, por isso, Charles teve sua morte decretada”, explica o delegado.
Os autores, que se diziam amigos de Charles, organizaram uma confraternização na casa dele e, em determinado momento, o mataram em represália ao ato de traição.
O crime
As investigações iniciaram logo após a vítima ser encontrada morta no quintal de casa com uma faca cravada no peito. “Ao analisarmos a cena do crime, ficou claro que antes de ser morto, Charles lutou intensamente contra seus algozes, uma vez que havia inúmeras manchas de sangue espalhadas por vários cômodos da casa. Embora a vítima tenha sido encontrada com uma faca cravada no peito, o laudo cadavérico apontou que os autores do delito também fizeram uso de uma arma de fogo, atingindo a vítima com três disparos que o acertaram no braço e no tórax”, relata o delegado.
Após o crime, os autores saíram do local do crime utilizando o veículo da vítima, um Siena prata. O automóvel foi abandonado minutos depois, em frente a um condomínio conhecido vulgarmente como Carandiru, localizado no mesmo setor.
Imagens obtidas junto a um estabelecimento comercial mostram os passos seguintes da dupla criminosa, logo após o crime. “Eles abandonam o veículo e seguem para um estabelecimento comercial com intuito claro de remover as manchas de sangue decorrentes do embate com a vítima. Lá pedem uma flanela ao caixa para limpar as mãos sujas de sangue. Um deles, percebendo que sua camisa estava com várias manchas de sangue, tira a camisa e a veste novamente do lado avesso. Eles chamam um carro por aplicativo e deixam o local”, informa o delegado.