As denúncias de vendas e alugues de imóveis do Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal despertou para a necessidade de um recadastramento das famílias, que dentre os critérios não deveriam ter casa e ser de baixa renda.
“Uma mulher que mora no setor Santa Rita e não mudou para a casa porque acharam que a casa do Campos Bello era longe e por isso ela resolveu vender por R$ 8 mil. Existem também denúncias de pessoas que foram beneficiadas que moram fora da cidade e que estão alugando para os gurupienses no valor de R$ 150,00 mensais”, denunciou o vereador Jonas Barros (PV).
Outra reclamação feita pelos vereadores é fato que foi levantado pelo vereador Jonas Barros do adiamento da entrega das Casas do Residêncial Campos Bellos II, pois segundo ele, causou prejuízos aos moradores devido o mudança na data de entrega devido a vinda a presidente Dilma a Gurupi.
“As casas estão pronta e as pessoas foram contempladas; mas, não entregaram as chaves e vejo que é uma injustiça o que estão fazendo porque obrigaram as pessoas continuarem pagando alugueis sabendo qual a casa que vai morar”, defendeu.
Na mesma linha, praticamente, todos os 13 vereadores foram unânimes com o problema que afeta o programa de moradia popular em Gurupi. Eles citaram exemplos com nomes e endereços, como foi o caso do vereador Ivanilson Marinho (PMDB), que denunciou a existência de casos, citando como exemplo, um que aconteceu no Campos Bellos em que uma pessoa da sua igreja alugou uma casa.
“Isso tem que ser investigado porque está se transformando em um cartel. É um absurdo o comércio destas casas populares em Gurupi. A Caixa tem que tomar providência para romper os contratos e devolver o cadastro para Habitação para que ela selecione as pessoas que necessitam”, defendeu.
O vereador afirmou ainda que muitos casos já são de conhecimento da Secretária Municipal de Habitação. “O que a habitação pode fazer é remeter um ofício para o Ministério Público Federal e ela já fez isso porque não é de competência do município, mas do governo Federal porque tem dinheiro do FGTS envolvido”, disse.
A facilidade de adquirir irregularmente um imóvel de programas de moradias populares também foi mostrada pelo vereador Dr. Macêdo em que ele afirma que uma pessoa de um município vizinho foi contemplado e alugou para uma família de Gurupi. “Estou com um endereço Rua 1A, quadra 35 Lote 84 esta casa está alugada, mas pertence a uma senhora que mora na cidade de Dueré e foi dada por um indivíduos que é pré-candidato a prefeito de Dueré”, denunciou.
O adiamento da entrega das casas no Setor Campos Bellos II, devido ao anúncio da vinda da presidente Dilma, também foi criticado pelos vereadores da base.
“As pessoas não podem continuar sendo prejudicadas. A habitação poderia, junto com a Superintendência da Caixa, informar às pessoas que devido a presença da presidente Dilma e do Governador Marcelo Miranda que as casas não seria entregue em que dia. Marcou dia 07 e poderiam informar qual o dia correto”, disse o vereador Ivanilson.
Para o vereador Cabo Carlos (PT) o programa Minha Casa Minha Vida prevê que as famílias devem ser acompanhadas pelo período de um ano e que o Governo Federal destina verbas para que se faça um trabalho preventivo para evitar negociações irregulares de moradia populares, como vem acontecendo em todo País.
“O programa prevê que a Ação Social deva acompanhar pelo período de ano para que possa excluir as pessoas que usaram de malandragem e não tem necessidade. […] Vem o dinheiro para contratar psicólogo, assistente social, engenheiro e outras pessoas para montar esta equipe; agora, se não contrataram, se o dinheiro sumiu! Ai é caso é da Polícia Federal porque o dinheiro vem e está no projeto e faz parte do pacote”, denunciou o vereador.
Cabo Carlos sugeriu a criação de uma comissão de vereadores para apurar os casos da comercialização de moradias populares para que posteriormente sejam denunciados na Justiça Federal. “Nós como fiscal do povo devemos formar uma comissão Especial para apurar estas situações, mas, tem que ter coragem porque vamos lidar com o povo e vamos agradar a uns e desagradar outros. Eu tenho a certeza que, dentre os 13 vereadores, temos nomes que têm coragem para fazer isso. Porque é competência nossa fazer um levantamento, descobrir as irregularidades e assim possamos fazer um relatório para enviar para a Caixa Econômica Federal”, sugeriu o vereador.
Deste a implantação dos residenciais do Programa Minha Casa Minha Vida, várias denúncias vem sendo divulgadas. No mês passado a reportagem do Portal Atitude esteve no Residencial João Lisboa da Cruz e uma moradora que confirmou o problema e apontou exemplos. “Aquela casa de portão fechado (casa 16 da quadra C) está alugada e esta casa verde (casa 17 da quadra C) também foi vendida. A última casa que eu fiquei sabendo foi vendida por R$ 8 mil”, disse uma moradora da Rua Marcolino Pinto Nogueira do setor.