(Wesley Silas) No final de julho deste ano, a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) autorizou a abertura do tráfego ferroviário comercial de cargas entre os pátios de Porto Nacional e Gurupi, no Tocantins, da Ferrovia Norte-Sul.
O fato deu-se depois de quatro meses após licitação para arrendamento de áreas para empresas interessadas em instalar terminais de carga e descarga no Pátio Intermodal de Gurupi ter sido declarada deserta, devido a ausência de interessados no leilão que aconteceu no dia 26 de março de 2014.
A esperança reacendeu em maio desde ano quando aconteceu a partida da primeira locomotiva saindo de Gurupi com minério por meio de uma estrutura provisória para embarque regular de manganês, ocasião em que o secretário Municipal de Produção e Desenvolvimento de Gurupi, Pedro Dias, repassou uma mensagem da Valec “afirmando que o Leilão dos lotes do pátio multimodal da Ferrovia Norte Sul no município de Gurupi estaria marcado para acontecer neste mês de outubro”.
Locomotiva descarrilou
Durante visita a um pátio de cargas da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis (GO), em agosto deste ano a presidente Dilma Rousseff condicionou o funcionamento da ferrovia a concertos devido a atos de vandalismo e a demora da conclusão da ferrovia no trecho entre Gurupi a Porto Nacional. O mesmo que tinha sido liberado pela ANTT no mês de junho.
Diante as promessas, a nossa reportagem ligou na assessoria de comunicação da Valec em Brasília (DF) que repassou para a área de Licitação da Valec que nos informou que não existe nenhuma previsão para o leilão de carga e descarga no Pátio Intermodal de Gurupi e, em seguida pediu para entrar em contato com o Superintendente de Construção da Valec, Jesse Mota Filho, mas até o final da tarde desta quinta-feira, 16, não tivemos respostas, mesmo depois de várias ligações.
PAIG
Enquanto, Porto Nacional vive o auge industrialização com instalação de grandes empresas no Distrito de Luzimangues com investimentos de em torno de R$ 600 milhões, Gurupi segue resvalando e não sai do lugar.
Um exemplo recente foi a suspensão da obra de revitalização do Parque Agroindustrial de Gurupi (PAIG) pelo Governo do Tocantins.
De acordo com o secretário com Pedro Dias, a empresa responsável pela obra retirou as máquinas do PAIG sem dar qualquer justificativa para o município e, durante os serviços de terraplanagem foi notificada pelos órgãos ambientais por retirar cascalho irregular dentro do PAIG.
A retirada a empresa responsável pela revitalização do PAIG aconteceu após o governo do Tocantins ter noticiado no dia 29 de julho deste ano, não só a revitalização do PAIG; mas, a chegada de um frigorífico de peixe, uma fábrica de ração para peixe e uma indústria de confecção para Gurupi que iria gerar mais de 300 empregos.
A ordem de serviço para reforma e ampliação do Parque Agroindustrial de Gurupi no valor de R$ 2,5 milhões foi assinada no dia 05 de agosto durante o evento que aconteceu no auditório da Câmara de Dirigentes Logistas de Gurupi. “Fazia 30 anos que o Distrito Industrial de Gurupi não recebia obra de infraestrutura de reforma e de ampliação em um importante Distrito de uma cidade que um pólo econômico da região Sul do Tocantins”, disse na época o secretário Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Paulo Massuia.
De acordo com funcionários de uma empresa do PAIG, a última máquina que estava trabalhando na revitalização foi retirada do pátio de uma empresa no dia 10 de outubro, cinco dias após as eleições do primeiro turno.
Ao ser questionada sobre o problema pela nossa reportagem, a Assessoria de Comunicação da Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans) transferiu para a Sedecti a responsabilidade do acompanhamento da revitalização do PAIG. No entanto, a Sedecti transferiu a responsabilidade para a Agetrans.
“O recurso (R$ 2 milhões) para revitalização do Parque Industrial de Gurupi é da Sedect. A Agetrans apenas fiscaliza a obra. Desta forma, aquela secretaria é a responsável, inclusive em prestar informações sobre o andamento da obra à imprensa”, informou a assessoria da Sedecti.
Passadas as eleições do primeiro turno no Tocantins, cabe agora atuação aos que têm a incumbência de representar a região nas esferas Municipal, Estadual e Estadual, conforme foi prometido nos programas eleitorais e nos palanques.