Na nota a jornalista cita os direitos constitucionais da liberdade de expressão e de seus limites e que dentre as funções, a assessora de imprensa tem o papel de “gerencia crises tentando contornar situações não agradáveis à imagem do assessorado” como foi o fato que aconteceu no último final de semana com a notícia do fechamento de leitos de UTIs no HRG.
“No último fim de semana, em meu momento de folga, fui chamada à unidade em que trabalho para dar reposta a um ‘denuncismo’ promovido pelo médico/vereador conhecido de todos: Dr. Francisco Macedo. Estava preparando uma Nota de Esclarecimento, quando uma das recepcionistas abriu a porta de minha sala informando que o médico/vereador estava colocando a imprensa para dentro da unidade”.
Na nota, a jornalista afirma que é de responsabilidade da assessoria de imprensa e dos diretores administrativos e geral autorizar ou desautorizar a entregada da imprensa no interior do hospital. “Fui abordá-lo questionando quem havia autorizado e ele, que é diretor clínico, respondeu-me que tinha sido ele, momento em que expliquei que aquela competência era minha. Talvez por isso o vereador/médico perdeu a compostura, imagino que pelo fato de ser médico e por ter um cargo político e estava sendo questionado por uma simples jornalista”.
A jornalista afirma ainda que Dr. Macedo já frequentou as salas de aula de jornalismo e considerou o médico como “despreparado e ignorante” e, por fim, o denunciou que Dr. Macêdo estaria usando o hospital para se promover como político. “a tentativa de humilhar o outro é a defesa de uma pessoa ignorante pela necessidade de se sentir superior”, citou a jornalista.
Segue abaixo a íntegra da nota:
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Nota de repúdio
A Constituição Federal garante a todos o direito à liberdade de expressão, porém essa liberdade não pode ultrapassar o limite do respeito. A liberdade tem de ser honrada por todos, em especial, pelos representantes do povo. Algumas pessoas, porém, parecem não ter aprendido essa lição de casa.
Antes de relatar o meu repúdio quero fazer uma pequena explanação sobre as principais diferenças das atividades do repórter e do assessor de imprensa. O repórter vai às ruas em busca de informações, ouve o máximo possível de pessoas, observa o direito ao contraditório; é uma espécie de ‘voz do povo’. Já o assessor de imprensa representa uma instituição, gerencia crises tentando contornar situações não agradáveis à imagem do assessorado, divulga fatos positivos, auxilia o trabalho da imprensa entre outras funções. Para quem estuda ou estudou a comunicação, isso é muito claro.
Estou a quase quatro anos como assessora o HRG – Hospital Regional de Gurupi, e por ali já passei por diversas situações, algumas não muito agradáveis. Teve ocasiões, sim, de perder a paciência até com os repórteres, porém nunca faltei com o respeito com nenhum, assim como nunca desrespeitei aos diretores da unidade em que trabalho. Sempre me esforço para auxiliar os colegas da imprensa, até porque sou paga para isso. Mas, fidelidade mesmo devo à instituição a que presto serviço e essa fidelidade independe de cor partidária.
No último fim de semana, em meu momento de folga, fui chamada à unidade em que trabalho para dar reposta a um ‘denuncismo’ promovido pelo médico/vereador conhecido de todos: Dr. Francisco Macedo. Estava preparando uma Nota de Esclarecimento, quando uma das recepcionistas abriu a porta de minha sala informando que o médico/vereador estava colocando a imprensa para dentro da unidade.
A função de autorizar e desautorizar a entrada da imprensa no interior do hospital faz parte do meu trabalho e, óbvio, dos diretores administrativo e geral, apenas. Fui abordá-lo questionando quem havia autorizado e ele, que é diretor clínico, respondeu-me que tinha sido ele, momento em que expliquei que aquela competência era minha. Talvez por isso o vereador/médico perdeu a compostura, imagino que pelo fato de ser médico e por ter um cargo político e estava sendo questionado por uma simples jornalista.
O Dr. Macedo, que deve ter fugido às aulas de ética, começou a disparar palavras torpes à minha pessoa, que estava ali apenas tentando exercer minha função. Quanto aos adjetivos a mim destinados prefiro não os mencionar aqui, mas deixo uma dica: são aquelas palavrinhas que pessoas como ele, que detém o ‘poder’, costumam desferir contra seus colegas de parlamento.
O Dr. Macedo, como um cidadão comum, tem todo o direito de reclamar de qualquer coisa que seja, sendo um representante do povo, esse direito é ainda maior. No entanto, isso deve ser feito com responsabilidade sem olhar cores partidárias.
O meu repúdio se dá em função dele não respeitar uma colega de trabalho e pela tentativa de humilhar e desqualificar nos corredores do hospital uma profissional, que assim como ele, se esforçou para conquistar seu diploma e que está ali exercendo uma função de onde tira a sua sobrevivência com dignidade.
O Dr. Macedo já frequentou as salas de aula de jornalismo e diante do seu despreparo e ignorância recomendo voltar à faculdade para, quem sabe, talvez, conseguir entender que eu estava ali apenas exercendo minha função, exatamente no momento em que ele não estava exercendo a dele, pois ali no hospital cabe a ele atender aos pacientes e não tentar se promover como político.
E para finalizar deixo a seguinte frase: “a tentativa de humilhar o outro é a defesa de uma pessoa ignorante pela necessidade de se sentir superior”.
E não precisa me chamar de Vossa Excelência!
Heliana Oliveira, Jornalista graduada pela Fundação Unirg, em 2007. DRT 519/TO.
Pós-Graduanda em Comunicação em Crises nas Organizações Públicas e Privadas.