A terceira noite do Arraiá da Capital encantou o público com a apresentação de quatro juninas que em comum tiveram a exaltação à cultura nordestina de raiz, lembrando as tradicionais quadrilhas de São João, que ganharam o gosto de todas as regiões brasileiras e são consideradas, atualmente, patrimônio cultural nacional.
por Redação
A primeira Junina a se apresentar foi a Coração Caipira, que trouxe em seu enredo um casamento caipira, ambientado numa cidade do interior e que encantou o público com o toque de deboche na encenação teatral que antecedeu a apresentação dançante.
Na sequência foi a vez da Quadrilha Junina Girassol do Cerrado empolgar a multidão, trazendo em seu enredo as crenças que envolvem as festas juninas, a exemplo das rezas, novenas, simpatias, principalmente o que as moças fazem para conseguirem um bom casamento.
A Junina Girassol do Cerrado, formada na comunidade Lago Sul, entrou com a formação de 32 integrantes – 16 pares de bailarinos, além do marcador. A quadrilha iniciou em 2004, apresentando-se em escolas e em 2019 fez sua primeira competição no circuito de quadrilhas do Arraiá da Capital.
O presidente e marcador da Girassol do Cerrado, Stefan Lucas, 22 anos, comentou que o enredo foi elaborado pensando na interação com o público e que a intenção foi trazer à memórias as festas originais do mês de junho. A apresentação da Junina durou cerca de meia hora, entre a apresentação teatral e as danças de forró, além da apresentação do enredo.
A terceira apresentação foi da Quadrilha Encanto Luar que apresentou ao público o tema ‘Forró, Baião, Balão’, contando a história de como começaram as festas de São João. O grupo, que representa a comunidade do setor Santa Bárbara, foi composto por 32 casais (16 pares de bailarinos), além do marcador e 10 apoios.
A presidente do grupo, Leia Santos, 32 anos, gestora de Recursos Humanos, disse que neste ano a estrutura superou as expectativas e que o novo espaço destinado às apresentações, asfaltado e que dispensou o tablado, contribuiu para o melhor desenvolvimento das Juninas. “Nossa expectativa é esta, que a cada ano a estrutura do Arraiá seja melhor”, comentou Leia.
A última apresentação da noite foi da junina Estrela do Sertão, composta também por 32 integrantes (16 apres), além de marcadores e pessoal de apoio. O enredo da Quadrilha foi ‘Fome de Justiça’ e trouxe a encenação de uma moça do interior, que recém-chegada à cidade grande, conhece e se apaixona por um rapaz herdeiro de uma família de posses, que a rejeita.
Com esse argumento a Junina desenvolveu sua apresentação, encantando o público. A presidente da Junina, Luzirene Soares Pinto, 42 anos, cozinheira, contou que entre as compensações de trabalhar com a organização das quadrilhas está a de realizar um trabalho de inclusão social, por meio da arte. “Nestes anos que trabalho com as Juninas já conseguimos resgatar muitos jovens e isso é compensador”, afirmou.
Coreto
Mas não foram só as quadrilhas juninas que encantaram o público. As apresentações do coreto, que na noite desta sexta-feira, 21, contaram com Paraíba dos 8 Baixos, Trio Bacana e Célia Araújo, também empolgaram o público.
É o caso da estudante Beatriz Saras Rebelo, 22 anos, que diz que ficou encantada com o forró pé-de-serra. “Sou do Nordeste e fico encantada quando escuto um forró de raiz e este show no coreto está muito bom”, disse a estudante, que acha que deveria ter mais espaços para estas apresentações ao longo do ano, na cidade.
Beatriz estava acompanhada da avó Branca Rebelo e da Tia Patrícia Rebelo, além da pequena Maria Flor, que vestida a caráter, aproveitou a noite de festa típica de Palmas.