Por Wesley Silas
Um paciente vivendo com o HIV há 30 anos denunciou ao Ministério Público de Gurupi a ausência de um médico infectologista na Policlínica local. Segundo ele, cerca de 800 pacientes da região sul, abrangendo 17 municípios, estão sendo atendidos por uma médica endocrinologista. Em contrapartida, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que as informações divulgadas são equivocadas. “A profissional tem todas as qualificações exigidas pelo Ministério da Saúde e está apta a atender pacientes com HIV/AIDS”, declarou em nota.
A denúncia foi submetida à 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi, detalhando que o “tratamento na cidade não atende aos requisitos de um médico infectologista” e mencionou, com base em informações de uma enfermeira da Policlínica, que 17 pacientes com HIV vieram a óbito em 2023, e cinco já faleceram este ano na região sul.
Em resposta, a Prefeitura de Gurupi, através da Secretaria Municipal de Saúde, esclareceu que as informações apresentadas no MPE sobre o atendimento a pacientes com HIV/AIDS no município, sob a responsabilidade da médica Virgínia Beatriz Ayer, são incorretas.
“As Diretrizes para a organização do CTA no Âmbito da Prevenção Combinada e nas Redes de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde exigem que o Serviço de Atenção Especializada (SAE) conte com uma equipe multiprofissional que inclua um médico clínico treinado e/ou infectologista, enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e assistente social e/ou psicólogo. O Município atende todas essas recomendações. A profissional tem todas as qualificações exigidas pelo Ministério da Saúde e está apta a atender pacientes com HIV/AIDS”, relata a nota.
A secretaria também destacou que “Dra. Virgínia Beatriz é servidora do Município de Gurupi desde 1994 e, desde 2002, dedica-se ao atendimento especializado de HIV/AIDS, sem histórico de reclamações ao longo de três décadas de serviço.”
A nota acrescenta que “Gurupi foi pioneira na realização de testes rápidos para HIV no Tocantins e na introdução dos exames de CD4 e Carga Viral, anteriormente exigindo que pacientes se deslocassem até Palmas.”
O atendimento a pacientes com HIV/AIDS em Gurupi ocorre normalmente de terça a quinta-feira e a distribuição de medicamentos é contínua. A Policlínica de Gurupi atende, atualmente, cerca de 800 pacientes com HIV/AIDS, incluindo moradores de outros municípios, garantindo acompanhamento regular em seus tratamentos.
“A Prefeitura de Gurupi reafirma seu compromisso com a transparência e a qualidade dos serviços de saúde prestados à população”, conclui a nota.