Poema escrito pela jornalista Ceila Menezes em homenagem aos 27 anos de emancipação política de Cariri (TO).
Por: Ceila Menezes
Eu não sei quais foram os primeiros,
Poncianos, Lucianos, ou Nepumucenos.
Só sei que foi esse povo,
Que neste lugar maravilhoso,
Construiu um vilarejo.
Caixote quebrado já foi chamado,
Por Sebastião, Cariri foi fundado,
Cabra este um cearense retado,
Que aqui montou um rancho,
E Cariri o povoado passou ser chamado.
A verdade a gente não sabe,
Mas os mais velhos contam um “bucado”,
Em paus de arara era que o povo chegavam,
Baianos, cearenses, goianos
Aqui chegaram e se arrancharam.
Uns foram morar na Maralina,
Outros pros lados da Marajoara,
Lagoa do Boi também foi destino,
E as margens da tão famosa 153
O Cariri foi sendo criado.
Os casebres foram sendo levantados,
O campo de futebol que era a diversão,
Era o ponto de referência
Da moçada que vinha das fazendas
Para os encontros de sábados e domingão.
Foram muitos que ajudaram na construção,
Nomes que ficaram no passado,
Mas que na história de Cariri,
Ficarão para sempre marcados,
Li Martins, Pedro Levino e o velho Doca Barros.
Eu não sei quem foi o cidadão,
Mas foi na época da construção da 153
Que um engenheiro com papel e lápis na mão,
Construiu um mapa com as primeiras ruas
Delimitando a famosa Avenida Bernardo Sayão.
Cariri começou a ficar famoso,
E logo distrito de Gurupi passou a ser.
Gente de todos os lados vinha conhecer,
E o lugarzinho com cara de vila,
Logo começou a crescer.
Palco de grandiosas vaquejadas
Cariri passou a ser,
E era nos festejos de maio,
Que muita gente de fora vinha,
Para dançar, cantar, beber e comer.
Nessa época Cariri não tinha polícia,
De Gurupi vinham conter,
Mas no distrito tinham uns nomes
Que o povo temia só em dizer,
Eleozor e Jairão, a estes podiam temer.
Na política Cariri começou a crescer
Como sub prefeitos teve Alípio e Branco,
A partir daí a história política começou a escrever
Osvaldo Marins foi o primeiro prefeito,
Em 1991 Cariri cidade passou a ser.
De lá pra cá, muitas coisas vimos acontecer,
A cidade trocou a energia de motor,
Pela tal de energia elétrica,
Que naquela época,
Era novidade pra muita gente ver.
E com tanta novidade,
O barulho da serraria do cinés,
A gente começou a perder,
O vrum vrum das serras só ficou na lembrança
De um passado que não vamos esquecer.
Na Praça Pedro Batista
Muitas histórias já ouvi dizer,
Quermesse, brincadeiras,
Seu cantinho no coreto,
Onde muitos também até assistiram tv.
E as margens da BR 153
Cariri tem um segredo
A melhor Carne de Sol,
Avaliada não apenas por nós,
Mas até por estrangeiros.
Telefone e televisão quase ninguém tinha,
E quem tinha família longe,
Era do posto telefônico que a notícia vinha
O mensageiro corria e era assim que ele dizia
É telefone pra senhora (a) vão retornar agorinha.
E de lá pra cá muita coisa mudou,
Cariri teve Osvaldo, Fabricio e Jeremias,
Os prefeitos que da cidade cuidou,
Teve também Almir, Zé da Máquina
E agora Jr Marajó o sucessor.
De uns tempos pra cá,
Tua história foi mudando,
Muita gente pra cá foi se arranchando,
Novas Ruas e Avenidas,
Foram desbravando.
O lugar que era uma vila,
Foi se transformando,
Até bairros foi ganhando:
Vila Feliz, Planalto
E até Novo Horizonte.
Cariri, quem te viu quem te vê:
Destaque nos quatro cantos do país,
Sua economia voltou a crescer,
Vitrine do agronegócio,
Da soja e do gado de corte,
Para nós é orgulho te ver crescer.
Cidade hospitaleira,
De um povo ordeiro,
Da Expo,
Da Agrosoja,
Das Comitivas,
Da Cavalgada.
Cariri também é turismo,
Tem o balneário municipal,
Tem o estádio Gilvan Bento,
A feirinha da lua,
E a famosa Carne de Sol.
Cariri também é cultura,
Tem festa Junina,
Tem quermesse,
Tem festejo de São Sebastião,
E Nossa Senhora.
Tem folia de Reis,
Tem poeta,
Tem escritor,
E até gente famosa.
Famosidade sempre existiu aqui,
Uns já se foram,
Luiz Bababá,
Celino,
Maria Belforte,
Manoel Baiano,
João Mentira,
Feliciano,
Manoel Garcia,
Du Carmo,
Dona Elza,
Dona Iva,
Joana,
Joaquina,
Lourdes,
Pedro Terto,
Zeluzina,
Cajazeiras,
Mariana,
Tia Luzia,
Zé Vaqueiro,
Madalena,
Caçambinha,
Seo Nazaré,
Dr. Jorge,
E tantos outros nomes.
Outros continuam por aqui,
Escrevendo história,
Para muitos e muitos anos:
Dona Olenice,
Conceição,
Seo Thomaiz,
Romário,
Zeca Marceneiro,
Dona Odete,
Sayão,
Leozinha,
Antônio Bragolândia,
Dona Regina,
Ivanilda,
Simplícia,
Chaguinha,
Francisca,
Lezenita,
Seo Carmeno,
Carmem,
Ernestina,
Flauzino,
Sônia,
Anas,
Zildas,
Maria Constância,
E outros tantos nomes.
Cariri, 27 anos já passou,
Quantas histórias a gente ouviu e contou,
Quantos nomes aqui vieram e se mandou,
Mas em nossos corações,
És para sempre a cidade que nos apaixonou.
E como diz a canção:
Cariri que eu amo,
Cariri que eu canto,
Sou louca por ti.
Tem um ditado que é certo:
Quem bebe da sua água,
Nunca mais vai embora daqui.
Pode até ir pra outros cantos,
Mas no coração,
É sempre a cidade,
Que nos enche de saudade,
Que nos faz voltar,
Que nos faz estar aqui,
Neste lugar,
Neste canto.
Parabéns Cariri,
Que o tempo te faça sempre assim,
Bela, apaixonante!
Dona de uma peculiaridade que é só tua,
De uma beleza única,
Estonteante.
Cidade que nos acolhe,
Cidade que todos os dias
Recebe em sua janela
Gente dos quatro cantos do Brasil,
Indo ou vindo pela BR 153.
Cidade que é nossa,
Que é da gente,
De gente faz a sua história.
Cidade por nós amada,
Terra das nossas tradições,
Do nosso orgulho,
Do nosso coração!
Parabéns Cariri do Tocantins,
Que venham mais 25, 30, 40, 50,
Que seja secular,
Que seja milenar,
Que seja eterna,
Que seja para sempre,
Que possamos ir e um dia ficarmos,
Assim,
Para sempre em tua história.
Parabéns Cariri do Tocantins!
Ceila Menezes