Por Wesley Silas
Em uma cena que ecoou protestos anteriores, professores e acadêmicos reuniram-se em frente à Prefeitura nesta manhã de segunda-feira, 22, com dois caixões como símbolo de sua indignação contra mudanças na eleição do próximo reitor e vice-reitor da UNIRG. Os discursos ressoaram contra as alterações na lei, especialmente em relação à criação da lista tríplice, uma mudança no procedimento na escolha dos líderes da academia.
O movimento S.O.S. UNIRG aceita a legalidade, mas condena a falta de moralidade nas mudanças prevista na Lei Orgânica do Município. Nas falas foi destacado o Projeto de Lei 2.699/2011, aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, que elimina a lista tríplice para a nomeação de reitores em universidades federais.
Em Gurupi, o debate gira em torno do Artigo 95-A, que determina que o próximo reitor e vice-reitor da UNIRG serão selecionados pelo chefe do Poder Executivo a partir de uma lista tríplice composta pelos três candidatos mais votados na eleição. No entanto, o parágrafo IV deste artigo concede ao prefeito o poder de escolher entre os professores da universidade caso a lista tríplice não seja enviada ou esteja incompleta.

Essas mudanças também impõem requisitos rigorosos para os candidatos, exigindo que tenham mais de cinco anos de experiência como docentes na UNIRG, além de não terem sido condenados em processos disciplinares nos últimos cinco anos.

Sobre lista tríplice
A lista tríplice, uma prática consagrada em diversos processos de seleção, incluindo nomeações importantes como procurador-geral da República e procurador-geral de Justiça, tem sido alvo de debate e controvérsia. Desde sua implementação no governo de Lula, em 2003, tem sido fundamental na garantia de transparência e mérito nas nomeações para cargos de alta relevância.
Exemplos recentes, como a escolha do novo procurador-geral de Justiça de São Paulo e a seleção do reitor da UFPB, destacam a importância contínua da lista tríplice em processos eleitorais críticos.
Enquanto o debate continua fervendo, a comunidade acadêmica aguarda ansiosamente para ver como a escolha do próximo reitor e vice-reitor da UNIRG irá se desenrolar, ciente do peso das decisões políticas nas instituições educacionais.