O trabalho externo para os reeducandos que cumprem pena na Cadeia Pública de Colméia já é uma rotina. Tudo começou em meados deste ano, quando a direção da unidade prisional precisou reformá-la e encontrou nos reeducandos a mão de obra necessária, já que alguns tinham qualificação para a tarefa. Com isso, foi possível construir o muro da unidade penal e também uma ala exclusiva para reeducandos do regime semiaberto.
por Redação
Em Colméia, além do muro, os reeducandos fizeram melhorias na área administrativa da unidade prisional, incluindo uma sala para sistema de monitoramento por câmeras. A iniciativa foi tão positiva que eles passaram a realizar serviços externos à cadeia, como a reforma do prédio da Delegacia de Polícia Civil e a construção do muro e a reforma do posto da Polícia Militar (PM) da cidade. Além disso, um dos reeducandos é escoltado diariamente até a delegacia da cidade para realizar serviços gerais.
O diretor da unidade, Fernando Nicanor, conta com a anuência do Poder Judiciário e do Ministério Púbico Estadual (MPE) para disponibilizar a mão de obra, pois é de seu interesse ampliar a atividade laboral. “Além da reforma e da ampliação da cadeia, no caso da reforma e da construção do muro do posto da PM, o juiz de Execução Penal, Ricardo Gagliardi, disponibilizou o recurso financeiro e solicitou nossa ajuda. Mas nós queremos ir além, fazendo parceria com a Prefeitura”, avisa.
O delegado da cidade de Colméia, Roberto Assis, elogiou a iniciativa da direção da unidade em firmar parceria com as forças policiais locais. “Esse tipo de ação não somente cumpre a função retributiva da pena, mas também de reinserção do reeducando a sociedade. Nada melhor do que o contato do apenado com a polícia, pois podemos ser para eles um exemplo de vida, de postura social. O reeducando que trabalha conosco, por exemplo, tem uma relação bem amistosa com a equipe. Inclusive, eu acho que esse tipo de parceria deveria ser ampliada para todas as delegacias, pois é muito positiva em todos os sentidos”, atesta.
Segundo o comandante do posto da PM, tenente Boaz, oportunizar o trabalho é extremamente benéfico. “Além de contribuir com o estado, diminui o custo do detento e ajuda a sociedade, pois proporciona ao apenado a possibilidade de experimentar outras coisas fora da criminalidade, dá a ele o sabor de como é ter uma vida digna, o ensina a trabalhar para se autosustentar”, argumenta.
Para o ano de 2019, o diretor da cadeia diz que já tem alguns projetos em mente, mas o que se apresenta como mais concreto é o de parceria com a Prefeitura para que os reeducandos do regime semiaberto trabalhem na limpeza da cidade, com corte de galhos, capina e roça de lotes baldios e coleta de lixo.