Em uma matéria publicada ontem (14/09) no site da Revista Veja, psiquiatras, neurologistas e psicólogos descreveram que imagens violentas provocam emoções como medo, terror, culpa, satisfação, vergonha ou pavor.
“Nosso cérebro é formado para se importar com outros seres humanos. É natural se colocar no lugar do outro e somos seduzidos por qualquer circunstância que ofereça essa oportunidade”, disse o neurologista André Palmini, chefe de neurologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), à jornalista da Revista Veja, Rita Loiola.
Na mesma matéria, o psiquiatra Mario Costa Pereira, professor da faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que cenas de assassinatos brutais impactam não só áreas cerebrais antigas e responsáveis por sensações primitivas como medo, angústia ou empatia, mas também atingem algumas das emoções e sentimentos mais intensos do ser humano, como o ódio ou a compaixão. “Elas tocam em nosso lado mais negro e obscuro, como um espelho que revela o que temos de terrível e de sublime. Acima de tudo, seu fascínio vem da exibição de contradições profundamente humanas.”
Quanto às nossas publicações, a intenção não é promover sensacionalismo e ferir o tratado de deveres morais da ética jornalística. Pelo contrário, no seu Artigo 1º diz: “O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação”. No entanto, o Artigo 5º do mesmo Código de Ética afirma que é dever do jornalista “divulgar os fatos e as informações de interesse público” e no Artigo 7º diz que não podemos “impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de idéias”.
Debater idéias, provocar a sociedade e Estado para que tirem as cortinas dos olhos para o problema da violência urbana é o pano de fundo das publicações das imagens fortes que vão desde a tentativa de homicídios, homicídios, acidentes de trânsitos, violência contra a mulher, crianças e idosos, etc, etc… Cito também a onda de assaltos, aumento das apreensões de drogas e prisões de traficantes, que vão desde fatos como mães que são presas ao tentarem presentear seus filhos menores de idade que encontram-se no Centro de Internação Provisória –CEIP com drogas envolvidas em prendedor de cabelo, pacote de Ruffles e também aos maiores de idade presos no Centro de Internação Provisória -CEIP– de Gurupi com droga escondida na sandália durante visita social. O aumento da violência nos faz lembrar, só que em menos proporção, o ano de 2000 quando a Polícia Militar entrou em greve e a cidade ficou sem segurança.
Nessa direção, afastando as ações das Polícias Militar e Civil, são poucos que fazem alguma coisa para combater a violência em Gurupi. Ontem (14/10) mesmo “cutucamos” mais uma vez o Estado e a sociedade organizada ao publicarmos uma matéria opinativa e mostramos que o protocolo de intenções com 37 ações assinado durante Fórum Permanente de Segurança Pública da Região Sul no ano passado envolvendo a Câmara de Vereadores, representantes dos Governos Municipal, Estadual, Federal e de entidades civis e religiosas até o momento, praticamente, não saiu do papel e o discurso continua muito longe da ação.
Esperança popular
No entanto, lembro que toda a sociedade, aparentemente, mostra indiferente a insuportável onda de violência que envolve todas as classes socais. Em 2013, por exemplo, problemas menos graves como o aumento do transporte urbano, levou multidões para as ruas e criou a frase de que o “Gigante teria acordado”.