No Estado laico, também conhecido com Estado Secular e sem igreja oficial; mas com direito a liberdade a crença e às tradições culturais, os embates engrossam quando os segmentos não entram em consenso, divergem e cai na vala da falta de um inter-relacionamento das liberdades religiosas e políticas.
Em Gurupi, o tema tem sido exaustivamente debatido por religioso que defendem a tradição do feriado do padroeiro da Cidade por meio da substituição do Artigo 1º da Lei nº 2.139 de 24 de dezembro de 2013, de autoria do Executivo Municipal de Gurupi, aprovados pela Câmara, no dia 18 de dezembro de 2013. Na lei 588/84 determinava no Artigo 1º feriado municipal no dia do padroeira da cidade, Santo Antônio.
Para pressionar o Executivo Municipal a mudança na Lei, 11, dos 13 vereadores, assinaram uma indicação cobrando do prefeito Laurez Moreira (PSB) que encaminhe o Projeto de Lei para ser votado ainda neste ano na Casa de Leis. Os vereadores Ivanilson Marinho (PMDB) e Jonas Barros (PV) não assinaram o documento.
Confira abaixo o posicionamento de alguns dos vereadores:
José Henrique (SD) – Esses 11 vereadores que assinaram têm coragem de mostrar a cara e não estão com medo de segmento e serem malhados. Não estamos protegendo ninguém e eu coloquei que isso é uma obrigação do prefeito municipal, mas nós estamos enrolando com este Projeto de Lei há 12 meses e estou disposto de votar até mesmo hoje porque eu não vivo me escondendo atrás de empresários ou dos segmentos religiosos e que esta decisão saia durante as Sessões Ordinárias do mês de dezembro”, defendeu o vereador .
Jonas Barros (PV) – Eu vejo que o vereador José Henrique se dirigiu no subjetivo e deixando o sujeito oculto porque ele estava se referindo a mim e ao vereador Ivanilson Marinho pelo fato de não ter assinado a indicação. Mas uma vez volto a falar que não aceito pressão de ninguém, sou livre, sem amarras e sem censura e por isso eu penso e falo porque eu tenho a minha independência e não vivo curvado a alguém por pressão. Eu sou livre e faço as minhas escolhas de acordo com a minha vontade porque no dia que eu deixar a liberdade de mim manifestar podem ter a certeza que renunciarei o meu mandato e deixarei de morar nesta cidade.
Ivanilson Marinho (PMDB) – Estes vereadores poderiam se manifestar no ano passado quando eles votaram contra e agora mesmo vendo que o Projeto está nas mãos do prefeito para encaminhar para a Câmara e tendo conhecimento sobre isso estão usando para, simplesmente, atender interesses políticos. Vocês assinaram a indicação da vereadora Marilis,[…] mas não podem utilizar deste subterfúgio para crescer politicamente, mesmo não ouvindo os segmentos. Eu tive consciência no dia de votar e ninguém colocou uma arma na minha cabeça dizendo: vota infeliz. Ninguém fez isso e eu fiz com toda tranqüilidade do mundo e da mesma forma que nós fizemos no passado vamos abrir a discussão novamente.
Claydson Nato (PR) – Eu não vi nenhum daqueles empresários que se manifestaram para a retirada dos feriados presente ao nosso lado na luta para a redução dos impostos municipais que o Poder Executivo elevou. Nenhum ficou do lado dos três vereadores que foram contra os aumentos. Então, retirar estes feriados é como tirar a dada do nosso nascimento e com fé em Deus vai ser voltado sim e eu creio que seja ainda neste mês porque não existe pressão de nenhum lado. Eu gostaria que o presidente que cobrasse do prefeito Laurez para que ele envie o projeto para que seja votado urgentemente.
Valdônio Rodrigues (PSB) – Eu quero aqui tirar a responsabilidade dos vereadores desta Casa porque eu participei deste processo deste o início e estivemos na CDL em uma reunião com os representantes dos empresários, com os padres Marcos Aurélio e Vanderlan e representando o segmento evangélico estava o vereador Ivanilson Marinho. Por isso eu digo que em momento algum a Câmara Municipal se manifestou isoladamente em retirar os feriados, mas, formos provocados pelos representantes das igrejas Evangélicas e Católica e pelos empresários. Por isso eu digo que nenhum vereador pode ser responsabilizado e, apenas nós fizemos o que nos convenceu o que seria melhor.