Gil Correia
Exatamente um ano depois, no mesmo dia 23 de abril, Carlos Magno assume o comando do Tocantins de Miracema, desta vez não para ser campeão, mas para evitar que o time seja rebaixado para a segunda fase. Magno terá exatamente quatro jogos, 12 pontos em disputa para “ajudar o amigo Rainel Barbosa”, como afirmou ao aceitar a empreitada.
O Tocantins está na lanterna da competição, com 10 pontos e o primeiro fora da lista é o Araguaína, com três pontos a mais e com crise profunda, sem pagar jogadores há dois meses e sem diretoria. O presidente João Luis renunciou nesta quarta-feira, juntamente com dois vice-presidentes.
Voltando ao Carlos Magno, que gosta de treinar times que tenham condições de vencer, de conquistar títulos e que tenham jogadores experientes, indicados por ele, somente a “amizade” para quem sabe, manchar seu currículo com um possível rebaixamento do Tocantins. Talvez nem rebaixe, afinal neste campeonato maluco, nivelado por baixo, bastam duas vitórias que o time pode subir. Exemplo ao contrário é do próprio Araguaína, que há duas rodadas era líder e bastou perder duas seguidas, que caiu da liderança para a sexta posição na tabela. O Gurupi era o sexto e agora ocupa a terceira posição, ainda que empatado em números de pontos com o segundo colocado. Bastou vencer duas partidas seguidas, embora no sufoco, dentro dos seus domínios.
O próprio Tocantins de Miracema, era o primeiro nas três primeiras rodadas e igual cavalo paraguaio puro sangue, despencou e só parou na lanterna, já de olho na segunda divisão, que o time lutou e gastou tanto pra subir há dois anos.
Só a “amizade” mesmo, para Carlos Magno assumir um time que está à beira do precipício. Ele próprio, fora demitido do Palmas na terceira rodada, com promessa e possibilidade de ser campeão, tanto que o time está entre os quatro do G-4. Magno não teria se enquadrado na política do clube palmense, que está pensando em título, mas também em trabalhar a garotada da base permanente, o que pela própria característica do futebol tocantinense, não convinha ao treinador com maior número de títulos do Tocantins.
Carlos Magno
Velho conhecido de quase todos os times profissionais do Tocantins, Carlos Magno iniciou sua carreira em 94, no Gurupi Esporte Clube, onde foi vice-campeão em 94 e 95, e conquistar o título tocantinense em 2016 pelo Camaleão do Sul.
No ano seguinte dirigiu o Interporto onde conquistou mais um vice-campeonato na disputa com o seu ex-time. Em 98, Magno voltaria a conquistar um titulo estadual, desta vez no comando do Alvorada, além de conquistar a seletiva para a Copa Centro-Oeste daquele mesmo ano.
Em 1999, voltou a ser vice, no comando do Tocantinópolis, mas teve o gostinho de conquistar o título em 2000 pelo Palmas, repetindo o feito em 2003 e 2004, quando o time impressionou o Brasil, conquistando o sétimo lugar no Brasileiro Série C.
Magno ainda foi vice pelo Araguaína em 2005. No ano seguinte foi para o Miracema, onde ficou pouco tempo. Afastado do futebol desde então, retornou em 2013 no comando do Gurupi. Magno tem cinco títulos de campeão tocantinense e seis vice-campeonatos no currículo.
Curiosamente, não foi lembrado por nenhum dos oito clubes da primeira divisão para iniciar a temporada do ano passado, assumindo somente na quarta rodada do estadual de 2014. EM 2015, assumiu o Palmas, mas foi demitido na terceira rodada.