da redação
Conhecido como “arte suave”, o Jiu-jitsu teve origem há mais de dois mil anos, provavelmente na Índia. Com o passar dos séculos, essa arte foi aprimorada por mestres japoneses, os quais foram responsáveis por difundi-la pelo mundo.
No Brasil, o primeiro contato com o Jiu-jitsu veio através do mestre Mitsuyo Maeda, também chamado de “Conde Coma”. Após chegar ao país, em 1914, Maeda conheceu o empresário brasileiro Carlos Gracie, que viria a se tornar seu aluno. Anos mais tarde, Gracie inaugurou a primeira escola de Jiu-jitsu do Brasil, no Rio de Janeiro, e se tornou o principal nome da vertente brasileira do esporte.
Nas décadas seguintes, Carlos Gracie e seus filhos contribuíram para a expansão do Jiu-jitsu brasileiro em outros países, onde a modalidade passou a ser conhecida pela sigla, em inglês, BJJ (Brazilian Jiu-jitsu). Entre as características específicas dessa versão, estão o gerenciamento de distância, para descobrir o momento certo de golpear e imobilizar o oponente, e a preferência por manter a luta no chão.
A influência do Jiu-jitsu brasileiro no UFC
O Ultimate Fighting Championship (UFC) é a maior associação de Artes Marciais Mistas (MMA) do mundo, responsável por organizar as competições mais populares da modalidade, incluindo lutas ao vivo, com os melhores lutadores. Desde a sua fundação, que teve o sobrinho de Carlos Gracie entre seus idealizadores, o UFC sempre valorizou o Jiu-jitsu brasileiro. Além disso, essa é a principal arte marcial praticada por alguns de seus campeões.
O lutador canadense Georges St-Pierre, por exemplo, é formado em Jiu-jitsu brasileiro e Karatê, e já se declarou fã da família Gracie. Durante a sua carreira, St-Pierre conquistou o cinturão em duas categorias diferentes: meio-médios e peso médio.
Outro campeão bem conhecido entre os fãs de UFC é o americano Jon Jones, que tem formação no Jiu-jitsu brasileiro e no Gaidojutsu. Além de se tornar o campeão mais jovem da competição, aos 23 anos, o lutador também já venceu diversas lutas em grande estilo, demonstrando uma técnica praticamente impecável ao distribuir cotoveladas em seus oponentes.
Já entre as mulheres, a brasileira Amanda Nunes é considerada a maior lutadora do UFC, tendo vencido vários combates por nocaute. Em sua formação, Amanda ostenta uma faixa preta no Jiu-jitsu brasileiro e uma faixa marrom no Judô.
Uma arte marcial em ascensão
Além de se destacar no UFC, o Jiu-jitsu brasileiro também possui milhões de praticantes ao redor do mundo. Na China, por exemplo, a modalidade vive um período de rápida ascensão, com uma procura cada vez maior por academias voltadas à essa arte marcial.
Para atender a demanda, já existem associações de Jiu-jitsu brasileiro nas províncias de Shanxi, Shenzhen e Dalian, além de Pequim, onde a estimativa é de que existam mais de 100 academias dedicadas ao ensino para crianças, adolescentes e adultos. De acordo com os mestres brasileiros, a explicação por trás desse interesse crescente dos chineses pela modalidade é o fato do Jiu-jitsu brasileiro possuir combates flexíveis e pragmáticos, ideais para praticantes de todas as idades.