O Brasil é um país continente, com uma área de mais oito milhões de quilômetros quadrados, com grandes distâncias a serem percorridas e a falta de estrutura física, como poucos aeroportos regionais e estradas mal conservadas, dificultam a circulação, principalmente de pessoas que buscam cruzar esse país de norte a sul ou de leste para oeste. “País abençoado por Deus” com grandes reservas de recursos hídricos, porém pouco explorado para o transporte de passageiros. Com essa deficiência, os brasileiros são obrigados a viajar de ônibus, viagens perigosas se comparado ao transporte aéreo e fluvial, até aí tudo bem. As empresas se modernizaram, os ônibus são bem equipados, no entanto a falta de investimentos dos governos na manutenção das estradas e melhor estrutura nos terminais rodoviários são visíveis a olho nu.
Apesar das deficiências com a infraestrutura aérea, fluvial e ferroviária, o sistema rodoviário é um dos que apresenta maiores problemas nessa região, por ser o mais utilizado. Não querendo crê que seja devido um maior numero de pessoas de baixa renda que se utilizam desse sistema para seus deslocamentos, pois geralmente os terminais rodoviários são precários e sem as mínimas de condições sanitárias para o seu funcionamento, os banheiros são sujos e as condições de acomodação são desumanas.
A partir do final da década de 90, o transporte aéreo ganhou novos rumos, com novas empresas em operação o que democratizou o sistema com barateamento das passagens e um grande numero de pessoas com renda media passou a utilizar o avião para seus deslocamentos, com isso houve uma migração dos passageiros para o sistema aéreo, tirando os passageiros do sistema rodoviário e isso fez com que as empresas se modernizassem, porém o governo não acompanhou essa modernização com a infraestrutura necessária para atender bem a população.
Os terminais rodoviários são “capengas” e cobram por fora para sua utilização, principalmente o uso de banheiros, no entanto já existe cobrança na venda da passagem pelo o uso do terminal Rodoviário o que cobriria os gastos com a manutenção da estrutura o que não acontece. Em viagem ao interior do Estado fiquei impressionado com o que vi e ao mesmo tempo me decepcionei com a receptividade que tive no terminal rodoviário de uma cidade do interior, não vou citar nome, pois todos, ou quase todos passam por esse mesmo problema.Um terminal pequeno, mas com uma estrutura física bem organizada mas de inicio já encontramos carregadores que cobram uma importância para carregar a bagagem em um espaço de menos de 50 metros exigindo dinheiro dos passageiros. Uma outra forma de extorquir dinheiro dos usuários é o famigerado banheiro que o cidadão precisa desembolsar uma certa quantidade se quiser fazer uma necessidade fisiológica. Não queremos aqui denegrir a imagem de ninguém, simplesmente não entendo o porquê da cobrança de uma importância em dinheiro para o cidadão fazer xixi, como também em relação aos carregadores já que o espaço é tão pequeno não custa disponibilizar um carrinho para servir os usuários. Nos aeroportos, por exemplo, você pode usar a vontade os banheiros e em muitos deles até água geladinha e tudo isso é cobrado na passagem e sem gasto extra
Os comandantes desse processo podem questionar afirmando que a taxa cobrada é mínima, porém os terminais exploram o trabalho comercial dentro da área e cobram caro pelo aluguel dos boxes e quando você vai lanchar perde o apetite devido o preço exorbitante, portanto, faz-se necessário que o poder publico que é o gestor desse sistema, passe a investir mais na infraestrutura para oferecer um serviço melhor para a comunidade e cobrar das empresas que também façam a sua parte. Empresas que lucram bastante e, portanto precisam atender bem a população que se ver obrigada a usar um sistema que poderia ser substituído se o Brasil tivesse investido em aeroportos regionais para o uso maior de aeronaves, e não priorizar o sistema rodoviário que é perigoso e ao mesmo tempo caro para os padrões brasileiros.
* Jose Erisvaldo Barros é Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Amapá, especialista em Gestão Ambiental e Coordenação Pedagógica.Atualmente é Coordenador do Curso de Agronegócio da UNITINS -Campus Augustinópolis