Várias lideranças políticas do Tocantins e do Mato Grosso estão fortalecendo a proposta da criação da TO-500 considerada pelo Consultor de Transporte e Meio Ambiente, José Rubens Mazzaro, como uma das grandes alternativas que poderá criar uma nova via é de interesse estratégico nacional permitindo o escoamento da enorme produção agrícola existente, abertura de novas fronteiras agrícolas e turísticas, favorecendo a expansão demográfica e econômica em todas as áreas de influencias do um novo corredor de integração regional Sul-Americana ligando o Atlântico ao Pacífico.
“É um projeto estruturante que vai ligar a ferrovia de Norte a Sul e Leste a Oeste, vai ligar o Atlântico ao Pacífico, vai trazer nova fronteira agrícola, vai ter uma economia ambiental violenta porque tanto no sul do Mato Grosso e no Tocantins nós temos terras desmatadas e subutilizadas que poderão ser corrigidas e economicamente mais viáveis nas plantações”, avaliou Rubens Mazaro.
A reunião contou com a presença do refeito Baú, de São Felix (MT); Gersino, prefeito de Nova Xavantina (MT); Emival Freitas, prefeito de Porto Alegre (MT); do secretário de Infraestrutura do Tocantins, Sérgio Leão; do deputado federal Vicentinho Júnior; do vice-prefeito de Formoso do Araguaia Bonanza; Laurez Moreira, prefeito de Gurupi e dos vereadores Gesner – de São Felix (MT), de Jonas Barros e do presidente da Câmara de Gurupi Wendel Gomides; João Luiz Bonanza, de Formoso; dos empresários Adailton Fonseca, representante da CDL de Gurupi e Paulo Abreu, representando a ACIG de Gurupi e representando a comunidade indígena estava o cacique Iwraru Karajá, da aldeia Watau, na Ilha do Bananal (TO).
A ausência dos prefeitos de Formoso do Araguaia, Wagner da Gráfica, que optou por um evento político partidário e da prefeita de Peixe, Neila Pereira foi percebida, por se tratar de uma luta que poderá mudar para melhor a situação sócio-econômica dos municípios que representam.
Em defesa dos agropecuaristas de Mato Grosso, Júlio Calisto defendeu que a TO-500 é considerada em Mato Grosso como uma artéria importante para a economia nacional. Ele lembrou uma frase do o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos de Desenvolvimento da República, Roberto Mangabeira Unger, quando ele defendeu a importância de Gurupi na logística do País.
“Se o ministro Mangabeira Unger considerou que Gurupi é o coração do Brasil podemos dizer que a rodovia TO-500 com a BR-242 é a artéria que vai dar vida e força para este coração do Brasil. Chegou o momento porque temos uma ferrovia ociosa, estamos dentro de um jazida de calcário imensa. Isso é o que nós precisamos para continuarmos produzindo porque no Mato Grosso estamos isolados e escondidos dentro da maior fronteira agrícola para ser aberta no Brasil. Eu lamento hoje aqui a ausência dos legítimos representantes e, não quero citar nomes de ninguém, mas, vão ficar sabendo sobre o nosso movimento que vai chegar até o governador Marcelo Miranda e à presidente Dilma porque nós precisamos continuar vivos e produzindo”, disse Júlio Calisto.
Entusiasta para causa, Rubens Mazzaro, lembrou que desde o final da década de 1950, época em que Juscelino Kubitschek era presidente do País a ligação entre os estados do Tocantins e Mato Grosso, por meio da travessia da Ilha do Bananal, vem sendo defendida. “É uma luta desde quando o Juscelino Kubitschek era presidente da República e passava por aqui. Em 1973 foi promulgada a lei de uma estrada federal passando por aqui, a terra indígena foi homologada em 1975. Em fevereiro de 2014 a GU publicou uma portaria que permite passagens de estradas em áreas indígenas por dois motivos, que são pela segurança nacional ou pelo de estratégia de desenvolvimento. No nosso caso são os dois. De segurança nacional porque está ligando dois Estados que não têm ligação e, estrategicamente, serve para escoamento da produção e desenvolvimento do Brasil”, justificou Mazzaro.
Aval da comunidade indígena
O cacique Iwraru Karajá, da aldeia Watau, na Ilha do Bananal (TO), afirmou em discurso que o seu povo não é contra a estrada e defendeu a união entre os brancos e índios na luta da construção da TO-500.
“Eu sou defensor desta TO-500 e quando for para Brasília vamos falar com os lideres indígenas para ir juntos. Vamos juntar a força de indígenas e brancos porque se separar branco para um lado e índio para o outro a obra não vai acontecer. Vamos juntar a nossa força do índio com o branco e ai vai acontecer”, sugeriu Iwraru.
Decreto presidencial
O deputado Federal Vicentinho Júnior defendeu a união dos políticos que representam o Tocantins e Mato Grosso em Brasília para que a presidente Dilma assine o Decreto que autorize a construção da rodovia. Ele lembrou ainda da importância da Ministra da Agricultura, Kátia Abreu e da bancado do Tocantins no Congresso Nacional.
“Tudo passar por este Decreto da presidência da República que nos autoriza o andamento desta obra em área indígena e eu tenho a certeza que este Decreto não está longe de acontecer”, disse Vicentinho Júnior (PSB). “O governo em vez de realizar este trecho de quase 1.800 mil quilômetros da FIOL (Ferrovia Oeste Leste) vamos fazer este trecho daqui da BR-242 via To-500 que é muito mais barato, mais viável, resolve o problema e atende os Estados do Mato Grosso e o do Tocantins”, acrescentou o deputado.
Comissão
No final do encontro foi formado uma comissão que irão agendar duas reuniões, sendo a primeira com o Governador Marcelo Miranda e a segunda será agendada com a presidente Dilma onde será apresentado um minuta de um Decreto Presidência autorizando a construção do rodovia por meio de uma parceria público-privada com valor estimado de R$ 1,3 bilhões, onde será sugerido que empresa licitada que oferecer o menor valor de pedágio, incluindo porcentual para a comunidade indígena, deverá ser declarada a vencedora.
“Na comissão vamos colocar, pelo menos três indígenas, que é fundamental, alguns produtores rurais e políticos que representem os estados do Mato Grosso e do Tocantins. Dentre os membro vão estar o Paulo do Posto Décio que representará a ACIG, o Adailton Fonseca que irá representar da CDL de Gurupi e algumas lideranças de Formoso e de Gurupi”, explicou Rubens Mazzaro.
Por se tratar de um projeto altamente viável existem várias empresas interessadas que terão que cumprir exigência ambientais como plantio de árvores para recuperar os gazes emitidos pelos veículos, centenas de passagens de animais e indígenas, pontos de comercialização de produtos produzido pelos índios, elevação da pista e colocação de telas para evitar a morte de animais de todos os tamanhos.
“O que falta agora é um Decreto Presidencial e com este Decreto na mão acabou, pois já tem empresa com US$ 100 milhões para colocar no projeto que é mais fácil fazer pelo Estado do Tocantins, devido o Governo Federal ser muito burocrático e com esta crise econômica e política fica difícil de sair porque o DNIT para fazer um Edital leva 10 anos”, explicou Mazzaro.
Para facilitar e acelerar a construção da TO-500 foi feito uma minuta com sugestões do Decreto Presidencial.
“Vamos ao governador Marcelo Miranda explicar o projeto e depois vamos à presidente Dilma para que ela possa fazer o Decreto Presidencial que vai ficar definido como é que vai acontecer a obra, quando vai começar a obra, como é que ser a distribuição do pedágio para a comunidade indígena e vai ser delegado ao Governo do Tocantins a fazer a licitação”, explicou Mazzaro.