Em dezembro de 2015, o valor da Cesta Básica de Paraíso do Tocantins chegou ao patamar de R$320,15, ou seja, houve um aumento de aproximadamente 10,23% se comparada à cesta do mês de novembro, quando o valor observado foi de R$290,44. Comparando os valores, de janeiro até dezembro de 2015, registrou-se uma considerável variação positiva nos preços de aproximadamente 20,3%.
Sendo assim, um trabalhador paraisense, que recebeu 1 salário mínimo em dezembro (R$788,00), precisou trabalhar aproximadamente 89 horas por mês, ou seja, pouco mais de 11 dias para poder adquirir esta cesta de produtos.
Levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas (alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência) de um trabalhador e sua família (casal e dois filhos), o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 2.744,14, ou seja, aproximadamente 3,5 vezes o salário mínimo em vigor, tomando como base de cálculo o preço da Cesta Básica de Paraíso em dezembro de 2015.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS
Dentre os produtos que compõem a Cesta Básica, os maiores aumentos entre os meses de novembro e dezembro de 2015 ficaram por conta do tomate (45,95%) e da banana (11,85%). O item que mais pesou no custo total da cesta é o tomate, que representa a classe dos legumes e verduras, respondendo por 25,57 % do gasto mensal do trabalhador para aquisição da cesta básica, seguido pela carne (24,97%) e pelo pão (14,89%).
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS NO ANO
Em 2015, todos os produtos componentes da Cesta Básica de Paraíso do Tocantins tiveram aumento em seus preços. Dentre os estes, destaca-se o aumento percentual registrado nos preços do tomate, açúcar e o óleo de soja.
O aumento acumulado no valor do tomate foi de 59,12% entre janeiro e dezembro de 2015. O fator que mais influenciou a variação do preço foi a instabilidade climática. A seca no início do ano e as chuvas intensas em algumas regiões produtoras contribuíram para a incidência de pragas, diminuindo a produtividade e, automaticamente, a oferta do produto, causando diversas oscilações durante todo o ano.
O preço do açúcar subiu, no ano de 2015, cerca de 39,2%. O produto teve seu preço elevado, principalmente nos últimos 3 meses do ano, devido ao aumento das exportações causado tanto pela desvalorização do Real frente ao Dólar quanto pelo aumento do preço da commodity na bolsa de Nova York. Além desses fatores, deve-se considerar também o aumento dos combustíveis fósseis que obrigaram às usinas a aumentar a produção de etanol para atender ao aumento na demanda pelo combustível.
O valor do óleo de soja acumulou alta de 23,94%. Esse aumento pode ser explicado também pela desvalorização cambial que estimula as exportações de soja, reduzindo assim a oferta do produto no mercado interno.
CESTA BÁSICA NACIONAL
Segundo o DIEESE, no mês de dezembro, houve aumento no preço da Cesta Básica em todas as capitais pesquisadas. No mês, a cesta básica com menor valor registrado foi a de Natal-RN (R$ 309,92) seguida por João Pessoa-PB (R$ 316,82) enquanto as cestas mais caras encontram-se em Porto Alegre-RS (R$ 418,82) e Florianópolis-SC (R$ 414,12).
Na região Norte/Nordeste, destacam-se as reduções em Com relação aos aumentos acumulados no ano de 2015 os maiores destaques ficam por conta do preço das cestas de Manaus-AM e Goiânia-GO que tiveram as menores variações registradas no ano, com 11,41% e 11,51 respectivamente. Do outro lado, as capitais onde se registrou as maiores variações foram Salvador-BA (23,67%) e Campo Grande-MS e Curitiba-PR (22,78%).
PESQUISA AMPLIADA
Além dos produtos da Cesta Básica Nacional definida pelo Decreto-Lei nº399/1938, foram pesquisados produtos de alimentação complementar, higiene pessoal, limpeza e cozinha.
Os resultados obtidos no período foram os seguintes:
Verifica-se que, em relação aos produtos que complementam a Cesta Básica de Paraíso, houve uma redução nos preços de aproximadamente 0,5% entre novembro e dezembro/2015. Sendo assim, o valor total da Cesta Básica registrado em Paraíso do Tocantins no mês de dezembro foi de R$435,57, ou seja, 7,2% acima do valor de R$406,37 registrado no mês anterior.
No acumulado do ano verificou-se um aumento geral dos produtos complementares de cerca de 10,5%.
A pesquisa, orientada pelo professor Márcio Eckardt, foi realizada no mês de dezembro entre os dias 16 e 23 pela equipe composta pelos pesquisadores Gianluca Batista Silva, Leila Maria Azevedo, Rafael Veloso e Carla Camargo Lima, alunos do curso de Administração do IFTO – Campus Paraíso.