Wesley Silas
Não é segredo para nenhum usuário dos hospitais particulares de Gurupi, a falta de médicos especialistas, dificuldade de usuários de planos de saúde marcar consultas, conforme determina as normas da Agência Nacional de Saúde. A interrogação aumenta na cabeça dessas pessoas quando há necessidade de recorrer a uma urgência ou emergência médica, principalmente, durante os fins de semana e feriados, conforme o caso relatado ontem neste portal na matéria titulada: “Criança especial deixa ser atendida em hospital particular em Gurupi”.
A pedido de uma mãe publicamos a matéria sobre um velho problema, repercutido e avalizada em vários relatos (comentários) de pessoas que passaram por situações parecidas em hospitais particulares de Gurupi. Para evitar expeculações sensacionalistas evitarei colocar tais comentários.
No entanto, atendendo a práxis jornalistica sempre que pude, pautei as matérias no princípio do contraditório. Neste caso, estive em um dos hospitais e liguei no outro para ouvir e posteriormente publicar a versão das partes envolvidas; mas, o que me indignou foi o fato do senhor Dr. Jorge, diretor do Hospital São Franscico, ter ligado às 14h desta segunda-feira, 04, com ameaças com frase do tipo: “ou você tira a matéria ou vamos tomar as nossas providências”. Cheguei a aconselhar o médico a enviar uma nota de esclarecimento da diretoria, mas foi inútil e restou apenas lamentar tal atitude, inclusive fui aconselhado a procurar uma Delegacia e registrar um Boletim do Ocorrência.
Segundo estatística do Conselho Federal de Medicina (CFM) no Tocantins existem 2.580 médicos para atender os 139 municípios do Estado, deste 855 se concentram na Capital Palmas, 1.035 no interior, 397 estão em outros Estados e 293 estão com informações desatualizadas.
Sou consciente da dificuldade dos hospitais conseguirem especialistas na região Norte, reconheço os valorosos profissionais, mas vejo que Gurupi poderia ser vista em ângulo diferente por possuir uma faculdade de medicina, e, ao contrário do que acontece em muitas cidades do interior, como jornalista não posso omitir e deixar de mostrar o desespero de pessoas que querem ser ouvidas e ter seus direitos respeitados quando têm um ente com problema extremo de saúde. Por outro lado, vejo que por questão ética os hospitais devem ter o compromisso humano de assegurar atendimento seguro e rápido para preservar as vidas, evitar sofrimentos e constrangimentos.