Os engenheiros Daltro de Deus Pereira, presidente da Associação dos Engenheiros Sul Tocantinense (AESTO) e o engenheiro, Rodrigo Araújo de Oliveira, com experiência de atuação no DNIT e Valec, comentaram sobre o prazo da duplicação, alça viária, implantação de terceira faixa e intervenções nas marginais da BR-153 no trecho urbano de Gurupi ausentes na minuta do Edital de concessão da BR-153. “As justificativas técnicas ajudam muito na questão política e dá até para conseguir provar alguma coisa de eficácia ou de falhas em relação ao levantamento”, disse Rodrigo Oliveira sobre a minuta do Edital que poderá ser alterado até a próxima sexta-feira, 13.
por Wesley Silas
Engenheiros da Associação dos Engenheiros Sul Tocantinense (AESTO) estiveram presentes na audiência Pública da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ocorrida no dia 31 de agosto em Gurupi para colher sugestões sobre as minutas de edital e contrato, o Programa de Exploração da Rodovia e os estudos de Viabilidade para concessão de 850,7 km da rodovia BR-153/414/080/TO/GO, trecho de Anápolis a Aliança. Um dia antes, aconteceu um outra audiência em Palmas, mas frustrou devido ao pouco número de pessoas presentes.
Um dos pontos mais polêmicos na audiência foi o prazo para a duplicação da BR-153 no trecho do Tocantins com previsão para acontecer após 16 anos do início da concessão prevista para iniciar em novembro de 2020.
“Além desta duplicação que era a intervenção principal do trecho outra que seriam serviços iluminação, passagem inferiores dentro do município ficam também prevista para este período que fica muito aquém das nossas expectativa que nós há tínhamos promessa no antigo modelo de concessão que tinha sido a Galvão Engenharia a vencedora”, disse o engenheiro Rodrigo Oliveira.
Veiculo Médio Diário (VMD)
Para o engenheiro estudos Veiculo Médio Diário (VMD) mostram que, praticamente, não há diferença entre o trecho da BR-153 no Tocantins e Goiás. O último levantamento feito no ano de 2018 próximo ao pátio da PRF de Gurupi mostrou tráfego de 5.832 veículos por dia e no Km-700, extremo sul do Tocantins, o volume chegou a 6.231 veículo por dia.
“Os estudos que a gente tem feito mostra na intervenção da duplicação a questão do tráfego no Estado do Tocantins para o Estado de Goiás com alguns pontos que poderiam ser destacados em Goiás, enquanto temos aqui alguns acima da quantidade de veículos do Estado de Goiás. Não enxergamos o motivo de tanto tempo para esperar a duplicação tendo viabilidade para Goiás e aqui somente depois de 16 anos”, avaliou o engenheiro.
“Dentro deste estudo leva em consideração a topografia da região, a sinuosidade da pista e isso tudo é levado em consideração no estudo. Já o crescimento econômico da região eles colocaram a expectativa muito aquém tendo em vista a realidade do crescimento do agronegócio, a ferrovia Norte-Sul que já foi concessionada para a Rumo que está com obras em Sumaré (SP) e na cidade de Imperatriz (MA) com dois terminais muito grandes. São expectativas muito positivas e ainda temos a TO-500 que está com audiência marcada para o dia 13 deste mês em Gurupi com a presença do Ministro do Transportes. Tudo isso são sinais bem realistas que favorecem o crescimento econômico”, completou.
Sem Alça viária
De acordo com o engenheiro, caso for fazer um comparativo com o Edital passado, que teve a Galvão como vencedora, mas perdeu a concessão devido seu envolvimento na operação Lava Jato, houve um regressão devido a não inclusão de obras essenciais como a Alça Viária ligando a BR-242 e BR-153 em Gurupi, onde está sendo construído o Pátio Multimodal da Ferrovia Norte-Sul.
“No edital passado previa a alça viária que contemplava o tráfego da BR-242 passando diretamente para a BR-153, ou vice-versa, desviando o tráfego de caminhões dentro da cidade de Gurupi que, independente do pátio Multimodal da Ferrovia Norte-Sul em Gurupi, hoje contribui negativamente para o município com acidentes, desgaste de pavimento, fios de energia e telefonia rompidos que mostram que hoje já se tem a necessidade”, explicou o engenheiro.
Travessia urbana da BR-153 em Gurupi
A minuta do edital de concessão da BR-153 também não prevê resposta para os problemas deixados pelo DNIT na parte urbana da marginal da rodovia em Gurupi, onde não há acessibilidade para pessoal com dificuldade motora e tem causados confusão no trânsito e acidentes, principalmente nos trevos da Rua 07 e 20 que ligam a parte Leste a Oeste da cidade.

“Parte sul da cidade temos várias empresas que necessitam desta marginal e no norte mais ainda, onde temos concessionária de veículos no trecho até chegar no Posto Décio – que seria de extrema necessidade de complementação desta marginal. Além disso, temos interdições prevista no Edital da ANTT de obras que estariam previstas no Edital passado como as passarelas com duas passagens inferiores para fazer o tráfego da cidade do lago Leste (Centro) para o Oeste onde moram 40% da população de Gurupi; mas, não existe esta previsão neste novo Edital”, disse.
Terceira faixas inexistente
Um dos problemas da BR-153 no trecho entre Aliança do Tocantins até a divisa do Tocantins com o Estado de Goiás é a inexistência de terceira faixa que emperra o trânsito e causa muitos acidentes.
“No dia da audiência foi questionado sobre intervenções sobre para implantação da terceira faixa para melhorar o fluxo e dar mais fluidez no tráfego. Nem isso estava sendo contemplado dentro do escopo que está sendo listado na concessão. Então, é mais um agravante em relação ao que foi apresentado para nós no dia da audiência”, disse.
Pedágio
No trecho da BR-153 no Tocantins estão previstos duas praças de pedágio com previsão de tarifas nos valores que variam entre R$ 7,60 em Aliança do Tocantins, R$ 10,35 em Alvorada.
“Ao norte teremos um pedágio aproximadamente 13km de Aliança do Tocantins e a outra praça de pedágio está prevista para ficar depois de Figueirópolis, aproximadamente, 16 km antes de Alvorada. Porém, mesmo não tendo praça de pedágio no município de Gurupi, teria arrecadação de INSSQN pela proporção da rodovia que passa pelo município que é aproximadamente 15km”, explicou o engenheiro Rodrigo de Oliveira.
Apoio político
As sugestões da Associação dos Engenheiros Sul Tocantinense (AESTO) poderão servir como fundamentação política da Bancada Federal do Tocantins para mostrar os pontos que poderão ser melhorados no Edital da ANTT de concessão da BR-153.
“A parte política é importantíssima tanto da nossa parte na solicitação aos políticos da Bancada Federal do Tocantins, como a participação deles, efetivamente, em Brasília junto ao Ministério porque no andamento que encontra-se este processo de licitação, as justificativas técnicas ajudam muito e dá até para conseguir provar alguma coisa de eficácia ou de falhas em relação ao levantamento. Por isso, a participação política do nosso Estado é fundamental neste processo”, considerou o representante da AESTO.
Para isso, a Associação estará protocolando um documento no site da ANTT com as respectivas propostas.
“Até o dia 13 de setembro nós podemos fazer reinvindicações formais dentro do processo e nos site da ANTT tem esta possibilidade de credenciarmos. Vamos redigir um texto da Associação e vamos reivindicar tecnicamente para que se tenha as intervenções em relação ao que foi apresentado neste pontos que nós elencamos aqui na entrevista”, considerou o engenheiro, Rodrigo Araújo de Oliveira.
Já o presidente AESTO, Daltro de Deus Pereira, disse que a entidade estará sempre aliada aos interesses da sociedade do Tocantins.
“A função da estatutária da AESTO é apresentar soluções técnicas para a sociedade e estamos aberto para qualquer dúvidas”, disse Daltron.