“A demanda toda deságua no PM”. Esta frase do comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, Flávio Brito, é um resumo da situação da concentração dos problemas de segurança pública do 4º BPM que atua 17 cidades do sul do Tocantins envolvendo 178 mil habitantes.
Apesar dos problemas, a Polícia Militar não tira o “corpo fora”, ao contrário, tem demonstrado que entrou de corpo e alma no combate à criminalidade ostensivo e a preservação da ordem pública.
Um dos grandes desafios, segundo o comandante Flávio Brito, é o famoso prende e solta, que gera decepção nos cidadãos, numa circunstancia em que boa parte dos crimes estão sendo cometidos por pessoas que já foram presas.
“Os indivíduos vão presos para as delegacias e ficam presos por um tempo, depois são soltos e volta a delinqüir. Vejam a dificuldade que é o trabalho da Polícia Militar onde o índice de reincidência é altíssimo. Normalmente quando prendendo uma pessoa ela tem um rol extenso por tráfico de drogas, crime de trânsito, furto roubo; enfim, são muitas situações. Nós gastamos muita energia prendendo sempre as mesmas pessoas”, disse o comandante.
Em entrevista ao Portal Atitude, dada em outubro do ano passado, o promotor de Justiça, Pedro Evandro e pelo Juiz de Execução Penal, Dr. Ademar Alves de Souza Filho, explicaram a problemática. Naquela ocasião o juiz Dr. Ademar Alves, defendeu que as mudanças das leis, não dependem do Poder Judiciário, e sim dos políticos no Congresso Nacional.
Outro problema apontado pelo comandante Flávio Brito é a falta de ocupação dos marginais que entrar na estatística do prende e solta.
“A quando elas são liberadas vão fazer o quê? Estudar ou trabalhar? Não! O índice de pessoas que vão trabalhar ou fazer alguma coisa que preste é mínimo. A maioria deles vão continuar praticando os mesmos atos e a conseqüência disso deságua na comunidade e na Polícia Militar,mas, nós estamos lutando contra a criminalidade e contra a correnteza que está apontando para um situação extremamente permissiva”, explicou.
Minoria criminosa
A Polícia Militar considera que o número de pessoas que estão no mundo do crime representa uma parcela pequena da sociedade.
“O que passa o sentimento de que a situação está mais complexa do que ela está é justamente por conta desta realidade que nós temos que é o prende e solta”, explica o comandante.
Se cada um fizer a sua parte…
Ainda conforme o comandante Flávio Santos Brito se a engrenagem do sistema de segurança pública estivesse em sintonia seria mais fácil controlar o problema.
“A conseqüência dos problemas de segurança deságua todos na Polícia Militar. Para que a segurança seja efetiva para que a comunidade tenha um pouco de paz e de sensação de segurança seria importante que os demais órgãos fizessem a sua parte”, explica.
Família, fator de risco à violência
De acordo com o comandante, a educação familiar em decadência, é um fator raiz que contribui com o aumento da violência e da criminalidade.
“Hoje em dia vivemos a deterioração dos valores sociais. Perdeu-se o respeito pela autoridade, pelo professor e pelos pais. Na verdade grande parte das famílias de hoje não têm controle sobre os seus filhos. Nós temos inúmeros casos de crianças e adolescentes que muitas vezes foram flagrados, e temos muitos casos que aconteceram neste ano, praticando roubo, utilizando arma de fogo e os pais não tinham conhecimento disso. São meninos de 12 a 13 anos usando o carro do pai, inclusive”.
Droga e criminalidade
Não é segredo para ninguém que o vício das drogas é o caminho mais curto para a criminalidade com exemplo mostrados diariamente nos veículos de comunicação, como os exemplos mostrados pelo Portal Atitude no início desta semana sobre sete casos de tentativas de homicídios no período de sete dias e quatro casos de homicídios.
“Eu sempre digo que as pessoas que estão envolvidas na droga praticando crimes ficam muito mais sujeitas a este tipo de situação porque eles se envolvem com pessoas que praticam as mesmas práticas criminosas e nós sabemos que a droga hoje é o grande combustível da criminalidade. No mundo do tráfico as pessoa que têm seus débitos a quitar e, normalmente, pagam com situações graves, como é o caso extremos pagarem dívidas de tráfico com a própria vida”.
Aumento das prisões
Conforme o comandante houve aumento considerável de prisão em 2015, quando se compara com o mesmo período de 2014.
“No início do novembro já tínhamos prendido 98% do que já havíamos prendido em todo ano de 2014. Isso prova que nossos policiais não param um segundo. Entram de serviço e vão para o trabalho onde fazem as abordagens”.
Orientação de segurança ao cidadão
Para orientar o cidadão, o comandante informou que o 4º Batalhão de Polícia Militar disponibiliza no site da corporação uma Carta de Serviços ao Cidadão que leva procedimentos de prevenção e informações educativas como telefones das 17 Subunidades da região Sul, da delegacias de Polícias da circunscrição do 4º BPM, informações úteis como telefones do Samu, PRF, Justiça Móvel, Dertins e DNIT, orientações de seguranças (pág. 16) na rua, residencial, escolar, Banco, trânsito, viagem, veicular, eletrônica, feminina, praias e na abordagens policiais. Confira o resumo da Orientação de Segurança.
Prevenção
O PROERD – Programa Educacional de Resistência as Drogas do 4º BPM – por meio das atividades educacionais preventivas é uma das ferramentas mais eficazes no combate a disseminação do uso de drogas. O programa tem atingido milhares de crianças e adolescentes e defende uma filosofia de paz, saúde e segurança com a finalidade de prevenir e reduzir o uso de drogas e da prática de violência.
“O PROERD hoje é o maior programa de prevenção de drogas do Brasil que é encampado pelas polícias militares. Para ter uma noção só na área do 4º Batalhão de Gurupi que envolve 17 cidades neste ano já formamos mais de 5.500 crianças”.
Segurança durante Final de Ano
Com aproximação do 13º salário e das festividades de final de ano o comandante do 4º BPM adiantou está intensificando ações de policiamento nas regiões comerciais da cidade, como o Centro, Rua 13 e Avenida S-15.
“Vamos intensificar as ações em regime de policiamento a pé e já fizemos algumas operações no Centro de Gurupi com policiais em dupla. Além disso, vamos colocar algumas equipes para reforçar no horário, principalmente, durante o fechamento do comércio onde normalmente fecham-se os caixas e há movimentação financeira. Vamos reforças o policiamos com viatura e motocicletas nos pontos com maior circulação de pessoas. Temos alguns pólos de comércio e vamos dar uma atenção especial”, concluiu o comandante.