Em entrevista ao Portal Atitude, o presidente da Fundação Unirg, Thiago Benfica, falou que a instituição disponibiliza de R$ 5 milhões em conta para iniciar a conclusão do Campus e sobre a parceria com a Academia para melhorar a qualidade no ensino. “Este é um anseio desde 2011 de uma ação, na gestão da professora Celma Milhomem, que vem tramitando no Judiciário e teve o desfecho”, disse Benfica ao falar sobre a desvinculação das contas da Fundação com a Prefeitura.
por Wesley Silas
Dois meses após assumir a presidência da Fundação Unirg, o advogado Thiago Benfica fez uma breve avaliação da Fundação em que ele defende que o somente o tempo dará a ele oportunidade de entender o tamanho da estrutura da Unirg.
“Ainda falta muito para que eu entenda a complexidade do funcionamento da Fundação, pois ela é quase orgânica e tem sua movimentação própria, assim como a academia e a parte de extensão. Então, é um desafio compreender todo este processo”, disse Benfica.
Segundo Benfica, uma das primeiras ações que ele teve quando assumiu foi visitar e conhecer a situação dos cursos que a academia oferece.
“Desde o primeiro dia que eu assumir a presidência da Fundação busquei uma proximidade maior com a academia, tanto é que o primeiro ato meu, como gestor, foi procurar in loco as coordenações, junto com a reitoria para entender o funcionamento de cada curso”, disse.
Dinheiro em caixa x qualidade de ensino
A reportagem do Portal Atitude questionou o presidente da Fundação Unirg sobre o motivo que a Fundação não ter usado parte dos R$ 17 milhões deixado em caixa, conforme foi noticiado pelo ex-presidente da Fundação Unirg, Sávio Barbalho, para investimentos nos cursos e no aperfeiçoamento docente, visto que a última publicação do Enade que deu notas vermelhas para os cursos de odontologia, Farmácia, Educação Física, Enfermagem e Medicina.
“É importante ressaltar que o professor Sávio teve grande importância para fazer sanidade financeira da instituição e foi um mérito grande dele, enquanto gestor; mas é bom ressaltar que embora tenha sido divulgado este valor, [R$ 17 milhões], correspondia a todo ativo da instituição e não está totalmente disponível para a Fundação investir. Hoje temos um fundo reservados para investir na construção do Campus I e outro valor destinado ao empenho das despesas já realizadas em torno de R$ 3 milhões que já foi licitado. A academia pediu e eu tenho um montante de R$ 5 milhões que serão destinados à conclusão do Campus I. O restante são convênios vinculados, patrimônio que não existe liquidez e não é total disponível para gasto”, explicou Benfica.
Contudo, segundo Benfica, a intenção da Fundação é manter uma sinergia com a Academia voltada para melhorar a qualidade do ensino e, uma delas, será a formação de orçamento conjunto a partir de 2018 que permitirá unir o planejamento da Fundação com a Academia.
“Propomos a fazer uma comissão conjunta e o orçamento vai ser unificado. Isso representa que a vontade da Fundação será a mesma da Academia e vai permitir que tenhamos planos em conjunto no ponto de vista estratégico para melhorar a qualidade do ensino, que é o anseio nosso”, disse.
Custo da conclusão do Campos I
De acordo com Benfica a Fundação o processo do termo de referência do Campus I está sendo finalizado e instituição está finalizando também os procedimentos para publicação do edital da conclusão do Campus I, que segundo ele, deverá custar algo em torno entre R$ 5 a R$ 7 milhões.
“Temos pressa em fazer a publicação, estamos trabalhando o edital, finalizando e revisando o projeto. Por ser uma obrada de importância estratégia para a fundação, não podemos correr o risco de termos problema na execução, mas, a gente estima que irá finalizar até, o mais tardar, no mês de outubro, quando estaremos com o edital lançado”, disse.
União dos Campi
Conforme Benfica a intenção da Unirg é, com o tempo, unir os dois Campi em um único local.
“O projeto para deslocamentos dos cursos é ambicioso e custará, aproximadamente, R$ 60 milhões e hoje não é a realidade da Fundação arcar com uma obra neste tamanho. Temos que ter os pés no chão para não ter problemas de inexecução e paralisação de obras. Hoje nosso planejamento é conclusão e reforma dos prédios existentes no Campus I e boa parte de alguns cursos continuarão no Campus II, mas a tendência é que todos os cursos vão para o Campus I”, disse.
Desvinculação das receitas da Unirg com a da Prefeitura
Uma notícia esperada, tanto na reitoria, Fundação Unirg e Prefeitura de Gurupi não é a apenas a autonomia completa da Unirg, mas a desvinculação das receitas que promete dar mais oxigênio no cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“Este é um anseio desde 2011 de uma ação, na gestão da professora Celma Milhomem, que vem tramitando no Judiciário e teve o desfecho agora com a decisão do juiz da primeira instância que entendeu que é o anseio é legitimo, importante à instituição e deferiu esta desvinculação financeira e orçamentária da Prefeitura. Isso vai nos dar uma agilidade muito maior para que tenhamos uma programação mais efetiva na questão do gasto com pessoal”, considerou Benfica.
Limite de gasto com pessoal
Segundo Benfica, a Unirg gasta no momento 60% do que arrecada na folha de pagamento.
“Se for pegar apenas da Fundação ela chega a 60%, mas quando consolida com o da prefeitura cai para 54%. Vamos ter que readequar, mas a LRF para instituição de ensino ela pode ir até 70% e este é o entendimento”, disse.
Duplicação da Avenida
Parte do acesso ao Campus II, via Avenida Antônio Nunes da Silva, pelo menos do trecho que corresponde a área da Unirg deverá ser duplicado por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a instituição.
“Nós autorizamos e vamos fazer uma parceria e a Prefeitura vai entrar com equipamento e mão-de-obra e a Unirg vai entrar com material. Vamos fazer em todo trajeto que pertence a Fundação e na outra área não dá devido ser particular”, disse.
Interferência política
No final da entrevista, a reportagem questionou se há interferência política por parte do prefeito Laurez Moeria, depois da troca da presidência da Fundação Unirg.
“Ele sempre respeita a nossa independência administrativa e funcional e não houve e, não haver, creio eu, nenhum tipo de interferência. Porque isso é uma marca da gestão dele que nos deixar muito satisfeito e tranquilo para trabalhar”, concluiu.