Por Nívia Cruz
Nasceu em 18 de julho de 1924 em Araguacema (TO), que na época era Goiás. Desde criança, já se preocupava em ajudar a família de dez irmãos, dentre eles Antônio Cruz, pai de João Cruz.
Somente aos 11 anos, auxiliado pelo padre Augusto e D. Sebastião Tomas, começou seus estudos no seminário de Conceição do Araguaia (PA) e concluiu em Belo Horizonte (MG).
Crianças a partir de 10 anos, do Norte de Goiás, hoje Tocantins, Sul do Pará e do Maranhão eram contempladas com melhor educação, sob orientação de Padre Cícero Cruz. De 1972 a 1975, trabalhou como missionário católico, na região da Guerrilha do Araguaia, movimento esse inspirado na revolução socialista, com uma tentativa de implantar o socialismo no Brasil. Isso (TO) se centralizou na região de Xambioá(TO). A tropa era composta por cerca de 80 guerrilheiros, em que menos de 20 sobreviveram. Ele trabalhava como missionário católico, sendo o primeiro responsável pela vida espiritual dos militares, civis e até dos guerrilheiros.
Pe. Cícero pregava sobre justiça social, tendo como base o que aprendeu nas escrituras sagradas e em seus estudos de Filosofia e Teologia. Foi responsável pela FUNAI, na aldeia dos Caiapós-bacajás no Xingu-PA, trabalhou também na aldeia Xavante nos Areiões. Ao final assumiu aldeia Palikur, no Amapá, onde se estabeleceu por quatro anos.
Com 50 anos de idade, uma história de lutas, altruísmo e desejo de ver prosseguir sua brilhante história de vida, deixou a carreira de sacerdote para abraçar a função de pai de uma família, e no dia 8 de janeiro de 1977, época em que uniu-se em matrimônio com Maria Isabel, enfrentando um novo desafio: educar seu próprios filhos e, com sabedoria e cuidados, foi um pai exemplar da socióloga Hévila, do médico veterinário Cícero e da Pedagoga Fabíola.
E no dia 27 de setembro de 2015, parte para a eternidade, com 91 anos de muita lucidez, sabedoria, cultura e sabedoria, o grande historiador Cícero Cruz. Seu corpo foi velado no Cemitério Vale do Cerrado em Goiânia GO, e às 17hs foi sepultado.