Na manhã desta quarta-feira, 24, a reportagem do Portal Atitude esteve no Hospital Regional de Gurupi para acompanhar a situação da falta de alimentação para os funcionários e ameaças de falta para os pacientes. Comunidade e funcionários fazem campanha nas redes sociais para arrecadar alimentação, como foi o caso do advogado Antônio Carlos e sua noiva.
Dona Maria de Jesus saiu de Aliança do Tocantins para cuidar da mãe que encontra-se em Gurupi internada há quase um mês no Hospital Regional de Gurupi. No momento da entrevista ela estava comprando comida em um restaurante ao lado do hospital para alimentar se alimentar juntamente com a paciente.
“Minha mãe está internada há quase um mês no hospital e desde ontem está, praticamente, faltando comida porque estão dando apenas uma sopinha e geralmente as pessoas não comem. Ontem eu tive que comprar também”, relata Maria de Jesus que cuida mãe com o auxilio de outras três irmãs.
No interior do hospital encontramos um rapaz, que pediu para não ter o seu nome divulgado, com uma marmita de comida em mãos feita pela equipe da Litucera – empresa contratada pelo Governo do Estado para fornecimento de alimentação hospitalar.
“Está com 09 dias que o meu pai está internado aqui com problemas cardíacos e eu recebei a comida de um paciente que não gostou. No prato veio uma farofa, frango desfiado, salada e feijão sem arroz”, disse o acompanhante.
Para sensibilizar as autoridades e buscar solução para o problema, internautas estão usando as redes sociais para promover um movimento denominado “Abraço Popular”, marcado para acontecer nesta quarta-feira, 23, às 18h em torno do Hospital Regional de Gurupi. Cada manifestante terá que levar um quilo de alimento não perecível.
No hospital nenhum funcionário quis se manifestar publicamente sobre o problema, mas uma servidora, que pediu para não ter o nome divulgado, resolveu abrir a boca.
“Sou funcionária do hospital e hoje no almoço será a última refeição para os pacientes. A partir do lanche já não terá porque para os funcionários há tem uma semana que não tem comida”, disse.
Assunto tomou conta das redes sociais e cidadãos solidários com a situação dos pacientes, acompanhantes e servidores fizeram uma campanha para adquirir alimentos. Como foi o caso do advogado Antônio Carlos e sua noiva que chegaram a fazer uma compra de alimentos e fizeram um termo de doação ao hospital. Sugestões não faltaram, dentre elas doar os alimentos arrecadados no Cidadão Universitário da Unirg, montar um refeitório na parte de fora do hospital, fazer um abraço simbólico no hospital, promover um movimento envolvendo as principais instituições da cidade como ACIG, CDL, lojas maçônicas, igrejas e tantas outras mais etc. etc…
O caso tem repetido em alguns hospitais público do Tocantins, como foi o caso do Hospital Geral de Palmas em que representantes do MPE, após receber a notícia de funcionários da Litucera, empresa contratada pelo Governo do Estado para fornecimento de alimentação hospitalar, de que não havia ingredientes para o preparo das refeições, a Promotora de Justiça, Maria Roseli de Almeida Pery, solicitou apoio policial, diante da situação de flagrante delito. Naquela ocasião, o delegado Jeter Aires Rodrigues conduziu dois representantes da Litucera, uma diretora do HGP e dois representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para serem ouvidos na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Palmas, a fim de concluir inquérito que já havia sido instaurado a esse respeito, atendendo a requisição do Ministério Público.
O Portal Atitude tentou por várias vezes ouvir a assessoria de Comunicação da Sesau, mas até o fechamento da manteria não teve nenhuma resposta.