Às vésperas de completar um ano do trágico feminicídio da garçonete Marcilene Alcântara, de 23 anos, sua família ainda busca justiça e enfrenta lutas nos tribunais pela guarda do filho da vítima.
Por Wesley Silas
Em depoimentos comoventes, a mãe, Marineide Alcântara, e a irmã de Marcilene, a técnica de enfermagem Marcileide Alcântara, revelam as dificuldades e as ameaças constantes que enfrentaram antes do infeliz incidente. Elas destacam a pressão adicional de um pedido judicial feito pela mãe do agressor para a guarda do neto.

Marineide Alcântara, ainda profundamente abalada pela perda da filha, relata: “Superar a dor é impossível! Sabemos que uma mãe nunca encontrará paz após uma crueldade dessas. Marcilene foi frequentemente maltratada e até ameaçada de morte por seu ex-companheiro, o acusado. E agora, a avó paterna tenta obter a guarda do meu neto na justiça. Só queremos que a justiça seja feita e que ele permaneça preso por tanto tempo quanto necessário.”
A técnica de enfermagem Marcileide Alcântara expressou a angústia de sua família, que clama por justiça e rapidez no julgamento do acusado pelo Tribunal do Júri. “Mesmo há quase um ano, o responsável pela morte de minha irmã ainda não foi julgado. Temos medo de que ele seja solto enquanto aguardamos seu julgamento. Nos sentimos vulneráveis, pois o que ele fez à minha irmã pode acontecer com qualquer uma de nós. Não conseguimos superar a perda dela, e a situação se agrava pelo fato de a família do acusado ter solicitado judicialmente a guarda do filho da minha irmã, do qual minha mãe já possui a guarda provisória”, declarou Marcileide.
Marcilene foi brutalmente assassinada a facadas em um bar de Araguacema por seu ex-companheiro, na madrugada de 31 de março de 2024.
O crime causou ampla indignação e comoção na cidade e no estado. A polícia encontrou o acusado gravemente ferido por populares no local do crime.
A família de Marcilene apela por uma resposta rápida da justiça, esperando que o julgamento traga um mínimo de alento e proteção diante dessa tragédia. Este caso reforça a urgência de um olhar mais atento e célere da justiça tocantinense em casos de violência contra a mulher, onde a vítima merece não só justiça, mas também respeito, dignidade e proteção.