A ex-ministra de Agricultura, Senadora Kátia Abreu (PMDB), defensora em manter a presidente afasta Dilma no poder, fechou um acordo com produtores rurais e abdicou voltar à presidência da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e se diz alvo de tentativa de golpe na CNA.
Conforme publicação do Blog do Noblat, um dos motivos das críticas dos produtores rurais e dirigentes da entidade seria o empenho da senadora Kátia Abreu na luta contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
A senadora tinha se afastado temporariamente do comando da CNA para assumir no ano passado o Ministério da Agricultura, e tinha mandato até 2017.
Nesta quinta-feira, 28, a senadora afirmou ao G1 que foi alvo de uma tentativa de golpe por parte de um dos vice-presidentes da entidade: José Mário Schreiner.
“O que ele [Schreiner] quer mesmo é copiar alguns por aí e organizar uma espécie de impeachment. Articular minha saída com novas eleições é algo injusto, ilegal e sem justificativa alguma. Se ele quer ser presidente, ele que espere a eleição no ano que vem, dispute no voto e ganhe. Caso contrário, é golpe”, declarou a senadora.
No entanto, Schreiner afirmou ao G1 que no momento a base da CNA não a “digere”, em razão de a peemedebista ser contrária à orientação de seu partido que recomenda o impeachment de Dilma.
“A base não a digere [Kátia Abreu]. A base, eu diria, são os produtores rurais e os sindicatos”, ressaltou Schreiner.
Em resposta a Schreiner, Kátia Abreu atribuiu a declaração de Schreiner a “questões políticas” porque, na avaliação dela, ele quer se tornar presidente da entidade e “encurtar” o mandato dela. Kátia Abreu comparou a situação ao processo de impeachment que Dilma enfrenta no Congresso Nacional, que ela classificou de “injusto, ilegal e sem nenhuma justificativa”.
“Nós estamos passando por um processo de disputa política e o senhor Schreiner está muito ansioso para que haja a antecipação da minha saída da presidência da CNA porque pretende encurtar meu mandato, aproveitando o clima de impeachment para ver se convoca novas eleições e ganha. É uma disputa política. Ele quer encurtar, interromper meu mandato para convocar novas eleições e ter chances de ser eleito. Mas a CNA não funciona assim, a CNA sabe respeitar os mandatos dos presidentes”, ressaltou Kátia Abreu. (Fonte: G1 e Blog do Noblat)